quarta-feira, 26 de julho de 2023

Baiana desconfia de volta de tumor no ovário e descobre gravidez; conheça história

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação
A dentista Natália Melo Falcão, de 34 anos, moradora de Salvador, superou um câncer de ovário e dois anos depois desconfiou que o tumor poderia ter voltado. No entanto, para sua surpresa, quando foi fazer uma ultrassonografia, descobriu que estava grávida. 
A filha de Natália Falcão, Olga Melo Falcão, atualmente tem 3 anos e era o grande sonho da dentista. A filha da baiana nasceu saudável, o cisto desapareceu e desde então, ela está bem.  
"Apesar do susto diante do diagnóstico, mantive em Deus a fé de que o realizaria. Além disso, meu cirurgião oncológico, o doutor André Bouzas, me passou muita segurança desde a primeira consulta", disse a dentista. 
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Como o tumor é raro em mulheres em idade reprodutiva, o tratamento mais indicado costuma ser a remoção total do aparelho reprodutor. Contudo, como Natália Falcão planejava uma gravidez futura, o cirurgião oncológico explicou que seria possível optar por uma cirurgia conservadora e assim foi feito.  
Mesmo com a remoção do ovário e trompa direitos, de uma parte do ovário esquerdo e do peritônio afetados pelo tumor, a tão esperada gravidez foi possível.
"Sigo fazendo o acompanhamento, para ter certeza de que não há recidivas, mas estou ótima, saudável e acompanhando o restinho de ovário que ainda tenho”.
Doença pode acometer mulheres jovens
De acordo com o diretor do núcleo de cirurgia oncológica do Instituto Baiano de Cirurgia Robótica (IBCR), André Bouzas, o câncer de ovário, segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero, é muito mais frequente em mulheres acima dos 50 anos.
No entanto, a doença pode aparecer em mulheres jovens, com características diferentes.
“Alguns tumores têm crescimento mais lento enquanto outros são mais agressivos. Pode haver consequências indesejadas na idade fértil, mas em muitos casos a fertilidade pode ser preservada”, afirmou. 
Segundo André Bouzas, os ovários são órgãos produtores de hormônios e responsáveis pela ovulação, mas que após a menopausa terminam a função e atrofiam. 
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O diretor do núcleo de cirurgia oncológica do IBCR explicou que a presença de cistos nos ovários, muito comum na mulher jovem, geralmente reflete uma alteração funcional ou uma neoplasia benigna. No entanto, algumas características podem indicar que se trata de um tumor maligno.
Veja abaixo alguns fatores de risco para a doença:

  • história familiar;
  • fatores genéticos;
  • idade avançada;
  • excesso de gordura corporal.

Além disso, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade. A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos) também aumentam o risco.
Sintomas e diagnóstico
Os sintomas do câncer de ovário podem ser inespecíficos, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. Entre os sinais comuns, estão o desconforto e inchaço abdominal, perda de apetite e mudanças no hábito intestinal e urinário.
“Infelizmente, o câncer de ovário é, muitas vezes, diagnosticado em estágios avançados, o que pode afetar negativamente as taxas de sobrevivência. 
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Quanto mais cedo a doença for descoberta, maiores são as chances de sucesso do tratamento”, afirmou André Bouzas. 
As etapas comuns no diagnóstico incluem:

  • histórico da paciente e exame físico;
  • exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal, tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
  • exames de sangue;
  • biópsia para confirmar o diagnóstico;
  • estadiamento da doença, que determina o quão avançado está o tumor e se ele se disseminou para outras áreas do corpo (caso o câncer de ovário seja confirmado).

Tratamento 
A abordagem multidisciplinar, combinando cirurgia, quimioterapia e terapias-alvo, tem mostrado resultados promissores, proporcionando uma melhor qualidade de vida e sobrevida para muitas pacientes.
Após a confirmação da doença, o tratamento é cirúrgico. No entanto, quando a paciente está na idade fértil e ainda não tem filhos, a preservação da fertilidade precisa ser considerada. 
“Todas as opções devem ser discutidas com a paciente. A decisão deve levar em consideração o estágio do câncer e a chance da doença voltar caso o útero não seja retirado”, explicou o cirurgião oncológico.
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As opções cirúrgicas são variadas e a escolha depende do estágio da doença, do tamanho e localização do tumor, da idade e condição física da paciente, entre outros fatores.

  1. A cirurgia de citorredução (debulking) é o procedimento primário para a maioria das pacientes com câncer de ovário avançado. O objetivo é remover o máximo possível do tumor e das áreas afetadas, como o ovário, trompas de Falópio, útero e outros órgãos ou tecidos comprometidos.
  2. Já a histerectomia total envolve a remoção completa do útero.
  3. A retirada dos ovários e trompas de Falópio (ooforectómica) remove o tecido cancerígeno e reduz o risco de recorrência em pacientes com câncer de ovário em estágios iniciais ou para mulheres com alto risco de desenvolver a doença devido a mutações genéticas.

o cirurgião oncologista afirmou que a cirurgia robótica é um avanço cada vez mais indicado para tratar boa parte dos casos de câncer de ovário, especialmente quando o objetivo é a remoção dos órgãos afetados de forma menos invasiva. 
"Maior precisão e segurança e menor tempo de internação são algumas das vantagens desta modalidade cirúrgica", acrescentou André Bouzas.  

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