By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Jamile Santana (G1)
A família de Moisés é uma das 16.017 da cidade que vivem na extrema pobreza e dependem do Bolsa Família para sobreviver - ainda assim de forma precária. Com a ajuda da diretora e professores da escola onde os filhos estudam, Moisés conseguiu se recuperar e está fazendo bicos em uma obra em Diadema, mas acredita que sem emprego, dificilmente vá conseguir sair da situação delicada que enfrenta nos últimos anos.
"Eu quero muito poder trabalhar registrado. Mas por morar num bairro pobre, como é a Vila Estação, muitas empresas nem me contratam em Mogi. Por isso, os últimos empregos que consegui foram longe. Se você é pobre, as portas se fecham e isso vira um ciclo" , disse Moisés ao avaliar os 'nãos' que recebeu ao longo do ano.
O ajudante de obra mora com a esposa e os nove filhos na Vila Nova
Estação desde 1992. Foi no bairro que ele construiu a casa com as
próprias mãos. "No começo fiz um barraco e, mês a mês, comprava o
material para construir os cômodos aos poucos. Fiz tudo do zero e hoje
temos uma casa de concreto. Ainda não tá pronta, mas ainda bem que temos
isso", orgulha-se.
Há pouco mais de um ano, ele perdeu o emprego em uma construtora de
Campo Limpo, Zona Sul de São Paulo, depois de dois anos e seis meses de
carteira assinada. "Eu comecei a ficar desesperado porque já não estava
conseguindo emprego em Mogi, daí perdi o de São Paulo e, como muitas
obras ficaram paradas no último ano, fiquei um tempão sem trabalhar.
Isso foi me deixando doente porque a única renda que temos agora é o da
Bolsa Família. Não dá pra pagar conta de luz, água, remédios, comida,
pra dez pessoas com o que recebo. Eu preciso trabalhar, urgente".
A família recebe R$ 745,00 de benefício, uma renda por pessoa de R$ 67,
o que os coloca na classificação de extremamente pobres (renda de até
R$ 85 por pessoa), segundo parâmetro do Ministério do Desenvolvimento
Social.
Em julho, durante as férias escolares, três filhos de Moisés também
sentiram na pele a situação de vulnerabilidade: Ezequiel Simão Antonio,
de 7 anos, e Isabele Simão Antonio, de 2 anos, ficaram 20 dias
internados por desnutrição no Hospital de Brás Cubas. O outro filho,
Mateus Simão Antonio, de 6 anos, ficou internado por 5 dias. O próprio
Moisés ficou de cama durante 20 dias, sem forças. "Eu sentia muita dor
de cabeça e fraqueza, não conseguia levantar da cama para cuidar dos
meus filhos, ir procurar um emprego. Eu via eles fracos e não tinha o
que fazer. Foram dias difíceis".
O ajudante contou com a solidariedade para se reerguer. A diretoria da escola onde seus filhos estudam se mobilizou, arrecadou alimentos e fez uma doação.
"Eles foram anjos da guarda, eu realmente não sei o que faria se não
fosse essa ajuda. Eles trouxeram comida, cozinharam pra mim, esperaram
eu melhorar. O Conselho Tutelar queria tirar meus filhos de mim e foi
graças à diretora da escola que eles ainda estão comigo. Se você é
pobre, também é penalizado por isso", contou.
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