By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: GAZETA ONLINE – Imagem: Divulgação
Em meio à mais grave crise política e econômica da história brasileira, questões que andavam para lá de adormecidas estão ressurgindo. Uma delas é a volta da monarquia no Brasil. O movimento monarquista, que ainda não pode ser considerado forte, defende que se estabeleça novamente o império por aqui. Herdeiros dos dois imperadores do Brasil (Pedro I e Pedro II), sob o pretexto de defenderem o país, andam dando os seus pitacos. Os desvios éticos são seus alvos prediletos.
No último episódio envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB) - quando sua conversas com o empresário Joesley Batista foram divulgadas - o herdeiro da coroa brasileira se manifestou com críticas ao momento conturbado. Em carta endereçada à imprensa, há duas semanas, Dom Luiz de Orleans e Bragança, de 78 anos, bisneto da princesa Isabel e primeiro na linha sucessória em caso de retorno da monarquia ao país, aproveitou para se colocar à disposição na busca por uma solução.
"A Família Imperial, juntamente com a crescente corrente monárquica espalhada pelo Brasil, está disposta a cooperar na busca das soluções ponderadas que sejam uma saída para a crise que angustia aos brasileiros", disse.
A corrente a que Dom Luiz se refere trata-se do movimento pró-monarquia espalhado pelo país, que ganhou holofotes, principalmente, ao participar das manifestações pró-impeachment de Dilma Rousseff (PT), ano passado.
Um dos líderes do movimento no país, o médico carioca Rodrigo Siqueira da Rocha Dias, que pertence ao grupo chamado Brasil Real, disse que não tem como estimar a quantidade de adeptos hoje espalhados pelo país, mas destaca que são vários os grupos que defendem a volta da monarquia parlamentar, o mesmo sistema existente durante a segunda fase da história do Brasil monárquico, época em que o país esteve sob a liderança de Dom Pedro II.
"O movimento pela mudança de República para monarquia está crescendo exponencialmente. Não é possível definir o número de membros, pois não temos estatísticas oficiais, mas existem diversos grupos, alguns até com personalidade jurídica”, conta.
“Enumero alguns: Brasil Real, Círculo Monárquico Brasileiro, Associação Causa Imperial, Organização Império do Brasil, além dos círculos regionais, como o Círculo Monárquico do Rio de Janeiro. Hoje sua página em rede social conta com mais de 13 mil curtidas".
Para ele, o retorno a monarquia após período republicano não é novo e que o sistema custaria menos aos cofres públicos do que a república atual.
“A restauração não seria inédita na história do século XX. A Espanha, por exemplo, era república e restaurou a monarquia. O presidente da República de Portugal, custa o dobro que o rei espanhol. Isso torna-se ainda mais espantoso quando comparamos a economia entre os dois países", disse.
O médico ainda alega que países onde monarquias estão instauradas são menos corruptas.
"Será que a população tem ciência de que dos dez países menos corruptos do mundo sete são monarquias? O monarca tem algumas prerrogativas que lhe são próprias e que garantem coesão e estabilidade. Em caso de crise institucional, o imperador tem a prerrogativa de dissolver o parlamento e convocar novas eleições. Pergunte a qualquer brasileiro se ele aprova esse Congresso ou se preferiria que esses políticos fossem demitidos, na figura da dissolução do Parlamento, para convocação de novas eleições", questiona.
"Os países monárquicos tendem a ter períodos turbulentos mais curtos, incluindo mais consultas antecipadas à população que países republicanos, mais estabilidade e menores índices de criminalidade", completa.
Monarquistas capixabas estão na torcida
Em 1993, os brasileiros foram para as urnas decidir sobre o regime de representação que queriam, uma emenda na Constituição de 1988 permitiu um plebiscito para a escolha. Além de decidir sobre sistema de governo entre parlamentarismo e presidencialismo, as pessoas poderiam optar pela forma de governo república ou restauração da monarquia. A vitória da república foi por 44,2 milhões de votos e os monarquistas tiveram apoio de 6,8 milhões de brasileiros.
Atualmente uma ideia legislativa no Senado pede novo referendo pela restauração da monarquia parlamentarista no Brasil. A sugestão está sob análise da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa e é endossada pela Casa Imperial, criada após a morte do último imperador do país, Dom Pedro II, em 1891, dois anos após a proclamação da república. A Casa serve para indicar o atual herdeiro do trono e é chefiada por Dom Luiz de Orleans e Bragança, o primeiro na linha sucessória.
No Espírito Santo, há quem também está na torcida para que a proposta avance. O movimento conhecido como Monarquistas Capixabas conta com cerca de 20 adeptos.
"Nosso grupo possui pessoas com idades variadas e todos concordam que é um regime melhor. Não adianta colocar pessoas diferentes a cada quatro anos e continuar a mesma roubalheira", disse o universitário Felipe Oliveira.
Entrevista com Dom Rafael
Existe hoje uma discussão sobre os direitos sucessórios ao trono brasileiro em caso de retorno à monarquia. Filho da princesa Isabel, Dom Pedro de Alcântara assinou em 1908 um documento em que renunciava aos direitos sucessórios do trono para se casar com uma mulher com título de nobreza menor. Porém, há quem questione a renúncia, já que não havia mais trono a se abdicar na época.
Descendente da linhagem encabeçada hoje por Dom Luiz, chamada de ramo de Petrópolis, o engenheiro de produção e tataraneto da princesa Isabel, Rafael de Orleans e Bragança é o quarto na linha sucessória, atrás apenas de seus tios Dom Luiz e Dom Bertrand, e seu pai Dom Antônio João.
Ouça aqui a entrevista.
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