By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Tyrone Siu (Reuters)
A
Marinha do Brasil vai investir US$ 1,8 bilhão na construção de quatro novas
corvetas (navios de guerra) para manter ativo o projeto de reequipamento da
frota de superfície da Força, plano prejudicado pela crise econômica que afeta
fortemente o orçamento da Defesa. A primeira unidade fica pronta em 2022, ao
custo de US$ 450 milhões.
O
processo de obtenção será executado em etapas. Na primeira fase, encerrada há
poucos dias, foi feito um Chamamento Público, uma espécie de convite, em que
estaleiros com não menos de dez anos de experiência na construção de navios
militares de alta complexidade e com 2.500 toneladas, apresentaram a
documentação técnica para participar da futura licitação.
A
Diretoria de Gestão de Programas da Marinha considerou 17 empresas; duas das
quais brasileiras, várias europeias, a maioria delas com sede na Ásia.
Até
dezembro haverá uma série de consultas e audiências técnicas com os
interessados. A escolha será anunciada em 2018. O último exemplar sairá das
docas de produção em 2025.
Novo estágio
O
resultado do próximo estágio prevê a elaboração, ao final, de uma Solicitação
de Proposta. Nele deverão constar três pontos relevantes: definição técnica do navio em
licitação a orientação para
apresentação de outros projetos já existentes e testados as condições de viabilidade financeira
O
conjunto do negócio também será explicitado --dos termos da participação da
indústria local até o pagamento de royalties em futuras vendas internacionais
do produto, passando pelas compensações comerciais e os índices de
nacionalização.
O
grupo contratado terá de fabricar as corvetas no país, consorciado com
parceiros do setor naval nacional, com ampla transferência de tecnologia e
compensações comerciais. A área atravessa uma profunda crise.Dos 40 complexos
industriais existentes, apenas 12 se mantêm ativos. As demissões de pessoal com
formação qualificada chegam a 50 mil funcionários.
Há
dez dias, o comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira,
alertou, em depoimento na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do
Senado, para as dificuldades em manter a Força Naval operacional e para o risco
de a esquadra de superfície "desaparecer em pouco tempo".
De
acordo com Leal Ferreira, a Marinha precisa de destinações orçamentárias anuais
de R$ 3,2 bilhões a R$ 3,4 bilhões. Todavia, revelou, terá esse ano R$ 2,34
bilhões --não considerados os contingenciamentos.
Para
manter a normalidade seriam necessários mais R$ 800 milhões, ressaltou o
almirante.
O
projeto Tamandaré, que toma como referência básica a corveta V-34 Barroso
--lançada em 2008, projetada e construída no Brasil--, é avançado, com grande
carga digital, sistemas e armamento de última geração.
Segundo
engenheiros navais ouvidos pelo jornal "O Estado de S. Paulo",
"com 2.700 toneladas, mais de cem metros, considerável poder de fogo, e
mais um helicóptero de ataque embarcado, o navio pode ser definido como uma
minifragata, embora com restrições de autonomia e conforto".
Ainda
assim, são os menores navios de escolta e ataque entre todas as categorias. A
Marinha do Brasil (MB) contempla planos para comprar até 12 embarcações em um
prazo longo.
O programa é urgente.
Os oito navios mais efetivos da MB, fragatas compradas
a partir dos anos 1970, foram modernizados uma vez - mas terão de ser aos poucos
desativados até 2028.A Marinha do Brasil habilitou 17 empresas na primeira fase
do processo de obtenção de novas corvetas. São elas: BaE Systems (Inglaterra);
Chalkin Shipyards (Grécia); China Shipbuilding and Offshore (China); China
Shipbuilding Trading (China); Damen Schelde Naval Shipbuilding B.V. (Holanda);
DCNS do Brasil Serviços Navais Ltdª (França-Brasil); Ficantieri S.p.A.
(Itália); German Naval Yards Inc. (Alemanha); Posco Daewoo do Brasil (Coreia do
Sul); Rosoboronexport Joint Stock Company (Rússia); SAAB Ab (Suécia); Singapore
Technologies Marine (Cingapura); State Research and Design Shipbuilding Centre
(Ucrânia); Turkish Associated Shipyards (Turquia); Thyssenkrupp Marine Systems
GmbH (Alemanha); Wuhu Shipyard (China); e Zentech do Brasil Serviços Técnicos
Ltdª (Brasil). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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