Com desconto de 26,6% em relação ao valor da tarifa de referência
estipulada em edital (R$ 0,14596), a CCR S.A foi a vencedora do leilão
do Lote 3 do novo pacote de concessões rodoviárias do Paraná, realizado
nesta quinta-feira (12), na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil, em
São Paulo. Ele conecta a segunda cidade mais populosa do Estado,
Londrina, com Curitiba e o Porto de Paranaguá. Com a proposta, os
descontos em relação às antigas tarifas praticadas no trecho, se
estivessem vigentes, podem ser de mais de 50%.
O leilão que definiu a vencedora foi disputado por quatro empresas
interessadas. Além da CCR, participaram também os consórcios InfraBR V,
Infraestrutura PR e Paraná 41 Oportunity.
Durante o leilão, as proponentes apresentaram envelopes com propostas
com descontos que variavam de início entre 16,42% e 24,08% em relação à
tarifa básica de pedágio. Como a diferença entre as melhores propostas
foi menor do que 5%, o certame foi decidido em lances a viva-voz por
três das empresas que ofereceram os maiores descontos. A disputa durou
mais de 20 minutos, com 22 lances que aumentaram o desconto ofertado em
1,8% até a oferta vencedora da CCR.
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O Lote 3 faz parte da Malha Norte, que abrange 22 cidades e faz a
ligação do Norte do Estado com o eixo rodoviário da BR-277, chegando até
o Porto de Paranaguá. São 569 quilômetros envolvendo as rodovias
federais BR-369, BR-373 e BR-376, e as estaduais PR-170, PR-323, PR-445 e
PR-090. A previsão é que a concessionária vencedora do leilão invista
R$ 9,8 bilhões em obras, além de R$ 6 bilhões em serviços operacionais.
As rodovias atendidas nesse trecho atravessam as cidades de
Sertaneja, Sertanópolis, Londrina, Cambé, Ibiporã, Tamarana, Mauá da
Serra, Marilândia do Sul, Califórnia, Apucarana, Arapongas, Cambira,
Jandaia do Sul, Mandaguari, Ortigueira, Imbaú, Faxinal, Tibagi,
Ipiranga, Ponta Grossa, Palmeira e Balsa Nova. A previsão da Agência
Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é gerar 143 mil empregos,
entre diretos, indiretos e efeito renda.PRINCIPAIS INTERVENÇÕES
Estão previstos 132 quilômetros de duplicações e 24,6 quilômetros de faixas adicionais. Entre as novidades está o Contorno de Apucarana, no Vale do Ivaí, ligando a BR-369 à BR-376 e com 13,8 quilômetros de extensão. A região também deve ganhar o Contorno de Califórnia, com pouco mais de cinco quilômetros, ligando dois trechos da BR-376.
Já Ponta Grossa ganhará dois novos contornos:
o Contorno Norte, com extensão total de 14,65 quilômetros, entre a
BR-376 e a BR-373, e o Contorno Leste, que vai ligar a BR-373 à PR-151 e
terá 27,7 quilômetros de extensão.
O Lote 3 também vai concluir a duplicação da Rodovia do Café (BR-376),
entre Mauá da Serra e Ponta Grossa. Serão duplicados 52,58 quilômetros
da BR-376, divididos em quatro segmentos, passando por Mauá da Serra,
Ortigueira e as proximidades de Imbaú.
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Dentro das obras previstas neste lote também está a duplicação da PR-445 e da PR-323 entre Cambé, na região Norte, até a divisa com São Paulo.
Outra obra importante prevista no contrato é a área de escape na Serra
do Cadeado, em Mauá da Serra, que deve ser construída na altura do km
305 da BR-376.
Os contratos preveem que as principais intervenções sejam executadas
nos primeiros anos dos 30 de vigência da concessão. A empresa contratada
também deverá arcar com os custos operacionais durante o período, o que
inclui serviços médico e mecânico, pontos de parada de descanso para
caminhoneiros e sistema de balanças de pesagem.
Serão sete praças de pedágio (cinco existentes e duas novas),
localizadas em Sertaneja, Mauá da Serra, Ortigueira, Imbaú, Tibagi,
Londrina e na Colônia Witmarsum.
NOVIDADES
Segundo a ANTT, os
projetos incluem a instalação de câmeras com tecnologia OCR para
reconhecimento de placas, detecção automática de incidentes, painéis de
mensagem variável, sistema de pesagem automático e monitoramento
meteorológico. A conectividade será garantida em toda a concessão.
Esses contratos também permitirão a migração do sistema de cobrança
convencional (praça de pedágio) para o sistema eletrônico de livre
passagem (Free Flow), a pedido do Governo do Estado.
Outra vantagem do novo modelo é para os motoristas que costumam
passar pelas praças de pedágio mais de uma vez ao mês. O sistema chamado
de Desconto de Usuários Frequente (DUF) garante um desconto percentual
cumulativo e variável de acordo com a praça baseado em cálculos técnicos
ao longo de um mesmo mês. Usuários de tags também serão beneficiados
com tarifa menor.
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