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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JN/G1 – Imagem: DivulgaçãoO Brasil vai liderar uma expedição internacional ao redor da Antártida
atrás de respostas sobre o aquecimento global. O navio vai partir nas
próximas horas, do Rio Grande do Sul.
O que aguarda a humanidade nas próximas décadas? Quantas paisagens
podem desaparecer? E quantas pessoas e animais precisarão se mudar?
Do Rio Grande do Sul, uma equipe de especialistas vai em busca
respostas. 61 cientistas de diversos países, como Brasil, Argentina,
Chile, Peru, Rússia, Índia e China, oceanógrafos, glaciólogos, geólogos e
biólogos.
Uma cerimônia no Porto de Rio Grande marcou o embarque para o projeto.
Para demonstrar como será a expedição, o departamento de pós e design do
Jornal Nacional preparou uma simulação.
Em 60 dias, o navio percorrerá 21 mil quilômetros. Vai ser a maior
expedição científica da América Latina para a circunavegação da
Antártica.
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O diferencial dessa viagem de agora é que, com o navio quebra-gelo, os
cientistas vão poder chegar muito perto do objetivo: os paredões de gelo
do continente, a apenas um quilômetro de distância deles. Porque é lá
que estão as novas respostas sobre as mudanças climáticas.
O navio é russo. E a fundação que financia 97% do projeto é
franco-suíça, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPQ) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Rio Grande do Sul.
Christian, coordenador logístico, fala que é uma grande oportunidade de
estudo. O cientista brasileiro Jefferson Cardia Simões lidera a
expedição. Ele frequenta a Antártica há 34 anos e conta que o primeiro
grande objetivo é estudar a estabilidade do gelo.
"A região mais quente da Antártica já mostra rápido derretimento de
geleiras, migração para o sul de várias espécies de animais, várias
espécies de pinguins, de peixes... Parte dessas ilhas ao redor da
Antártica está ficando cada vez mais verde. Se começar a derreter mais
Antártica, o que nós esperamos já em 10, 15 anos, nós vamos ter o
aumento aí que pode chegar até 10 cm por década até 2.100. Esse é o
cenário que eu diria factível, não é ficção científica", afirma
Jefferson Cardia Simões, coordenador científico do Centro Polar e
Climático da UFRGS.
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A segunda missão é avaliar as condições do oceano na região e as consequências disso para o clima do planeta.
'Este oceano está cada vez mais quente. Ele está perdendo salinidade,
porque a água de derretimento da Antártica já está afetando, e também
está se tornando mais ácido, devido à absorção do dióxido de carbono,
nosso gás carbônico", completa Jefferson.
"Ah, certamente eu estou orgulhoso, porque evidentemente exigiu muito
planejamento, e também usar o que nós chamamos a diplomacia da ciência.
Principalmente nesse período de grande instabilidade geopolítica no
mundo. A atmosfera e o oceano não têm fronteiras", conclui.
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