domingo, 10 de março de 2024

Livro 'O avesso da pele' é recolhido de colégios públicos no Paraná; autor critica censura

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR Imagem: Divulgação
Exemplares do livro "O avesso da pele", do escritor Jeferson Tenório, estão sendo recolhidos de colégios estaduais que ofertam o Ensino Médio no Paraná. A determinação foi da Secretaria Estadual de Educação (Seed).
Nas redes sociais, Tenório classificou a medida como censura.
A obra foi publicada em 2020 e narra a história de Pedro, que teve o pai assassinado em uma abordagem policial.  
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O racismo é um dos temas abordados no livro, que venceu o Prêmio Jabuti em 2021, considerado o mais importante da literatura brasileira. 
"O avesso da pele" integra o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação (MEC), que compra e distribui livros didáticos para escolas públicas no Brasil.  
O que diz a Seed
Em ofício, a Seed informou que "a obra passará por análise pedagógica e posterior encaminhamento". Os exemplares devem ser recolhidos até a próxima sexta-feira (8). 
A secretaria disse que "habitualmente revisa os materiais didáticos incluídos no PNLD" e que considerou a temática da obra como "importante", mas explicou que a revisão foi necessária porque, em determinados trechos, "o texto tem expressões, jargões e descrições de cenas inadequadas para menores de 18 anos".
A Secretaria de Educação informou que ainda está levantando quantas escolas no Paraná adotaram "O avesso da pele" nas salas de aula.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) criticou o recolhimento dos livros. 
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De acordo com a entidade, "a deliberação representa um grave ato de censura que deve ser imediatamente contido pelas instituições competentes, pois é intolerável que os absurdos praticados durante a ditadura militar de 1964 sejam repetidos no presente e, principalmente, no ambiente escolar.".
Autor critica recolhimento de livros
Pelas redes sociais, o escritor Jeferson Tenório classificou a medida da Seed como "uma violência e uma atitude inconstitucional".
Segundo o autor, "não se pode decidir o que os alunos devem ou não ler com uma canetada. Não vamos aceitar qualquer tipo de censura". 
A obra de Tenório também virou alvo de uma polêmica em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. A diretora de um colégio estadual gravou um vídeo pedindo que exemplares fossem retirados da instituição de ensino.
Segundo a diretora, o livro tem "vocabulários de tão baixo nível para serem trabalhados com estudantes do Ensino Médio". Após a repercussão, o vídeo foi apagado.
Em entrevista à GloboNews, Tenório criticou a fala da profissional. 

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