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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PORTAL BEM PARANA – Imagem: José Cruz (Agência Brasil)O cumprimento das metas de resultado primário previstas no novo marco
fiscal não envolverá a criação de impostos ou aumento de alíquotas
atuais, disse nesta quinta-feira (30), em Brasília, o ministro da
Fazenda , Fernando Haddad . Ele, no entanto, admitiu que algumas
desonerações para setores específicos poderão ser revertidas.
Haddad prometeu que o governo anunciará, na próxima semana, medidas
para garantir um incremento de receitas em até R$ 150 bilhões neste ano.
No entanto, reiterou que a alta não decorre de novos tributos. “É um
conjunto de medidas saneadoras entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões até
o fim do ano. Com vistas a dar possibilidade de crescimento. Eu tenho a
convicção de que esse país melhor está contemplado com essa fórmula que
estamos anunciando”, declarou o ministro ao apresentar o projeto de lei
complementar do novo arcabouço fiscal..
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“Se, por carga tributária, se entende a criação de tributos ou o
aumento de alíquota, não está no nosso horizonte. Não estamos pensando
em criar uma CPMF [antigo imposto sobre transações financeiras], nem em
onerar a folha de pagamentos”, diz Haddad.
Mesmo sem a criação de tributos, o ministro disse que alguns setores
que há décadas se beneficiam com desonerações poderão ter os incentivos
fiscais revistos. Em alguns casos, setores novos ainda não
regulamentados poderão ter cobrança de impostos, como as apostas
esportivas online.
“Temos muitos setores demasiadamente favorecidos com regras de
décadas. Vamos, ao longo do ano, encaminhar medidas para dar
consistência a esse anúncio. Sim, contamos com setores que estão
beneficiados e setores novos que não estão regulamentados [como as
apostas eletrônicas esportivas]”, afirmou o ministro. “Vamos fechar os
ralos do patrimonialismo brasileiro e acabar com uma série de abusos que
foram cometidos contra o Estado brasileiro”, acentuou.
Para o ministro, uma revisão geral dos incentivos fiscais beneficiará
toda a população e permitiria ao Banco Central reduzir os juros no
futuro. Haddad pediu sensibilidade ao Congresso Nacional para que revise
os benefícios fiscais – atualmente em torno de R$ 400 bilhões por ano –
e cuja revisão foi determinada por uma emenda constitucional de 2021.
“Se quem não paga imposto passar a pagar, todos nós vamos pagar menos
juros. É isso que vai acontecer. Agora, para isso acontecer, aquele que
está fora do sistema tem que vir para o sistema. O Congresso tem que
ter sensibilidade para perceber o quanto o seu desejo foi aviltado na
prática pelos abusos e corrigir essas distorções”, salientou. Continua depois da publicidade
Credibilidade
Na avaliação do ministro da
Fazenda, a flexibilidade trazida pelo novo arcabouço em momentos
imprevistos na economia trará regras e mais credibilidade. Segundo
Haddad, as regras associaram o que chamou de “o melhor dos dois mundos”,
ao combinar dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal e um limite
de despesas mais flexível que o antigo teto de gastos.
“Traçamos uma trajetória consistente de resultado primário em que
necessariamente a despesa vai correr atrás da receita e, portanto, vai
ampliar o espaço para dar sustentabilidade para as contas públicas”,
explicou.
A seguir, ele disse que o limite de 70% de crescimento dos gastos
será calculado sobre o crescimento das receitas nos 12 meses fechados em
julho, antes do envio do Orçamento do ano seguinte para o Congresso. De
acordo com o ministro, essa mudança é necessária para evitar um
problema recorrente no Orçamento brasileiro: o inchaço de estimativas de
arrecadação pelo Congresso.
Ele justificou a banda na meta de resultado primário – margem de
tolerância de 0,25 ponto percentual (pp) do Produto Interno Bruto (PIB),
para cima ou para baixo, com base na necessidade de evitar
instabilidades na execução do Orçamento perto do fim do ano.
“A meta [de superávit primário] tem uma pequena banda também para
evitar a sangria desatada de fim de ano ou para gastar mais sem
planejamento, para gastar mais ou então cortando despesas de maneira
atabalhoada”, explicou.
O ministro não informou uma data de envio do projeto de lei
complementar do novo arcabouço ao Congresso. Segundo Haddad, o governo
aproveitará o recesso de Semana Santa para elaborar um texto cuidadoso. A
ministra Tebet informou ter colocado dois secretários – de Orçamento
Federal e o secretário-executivo da pasta – à disposição do Ministério
da Fazenda para ajudar na redação do projeto.
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Também presente ao anúncio do novo
arcabouço fiscal, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, reforçou o
coro em relação à previsibilidade e credibilidade das novas regras. Ela
informou que o governo pretende trabalhar para melhorar a qualidade dos
gastos públicos.
“Depois dos primeiros números chegados, vimos que essa regra fiscal é
crível, é possível e temos condição de cumpri-la. Porque ela tem
flexibilidade e permite que façamos ajustes para atingir as metas.
Estamos convictos de que, se o Congresso aprovar esse arcabouço,
conseguiremos atingir a meta: diminuir as despesas dentro do possível
com qualidade do gasto público. E vamos procurar zerar esse déficit e
ter possibilidade de superávit em 2025”, prometeu.
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