O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou, em publicação no Twitter nesta quarta-feira (27/1), que não há corrupção nos processos de compra do governo federal com itens de alimentação.
No domingo (24/1), o Metrópoles mostrou que, em 2020, o
governo federal gastou cerca de R$ 1,8 bilhão em compras de alimentos
para todos os órgãos do executivo. Só em goma de mascar, foram gastos R$
2,2 milhões. Além disso, a compra de leite condensado custou R$ 15,6 milhões aos cofres públicos.
O órgão que recebeu maior valor em compras é o Ministério da Defesa:
foram cerca de R$ 632 milhões. Continua depois da publicidade
Em segundo e terceiro lugar, ficaram o
Ministério da Educação, com gasto estimado em R$ 60 milhões, e o
Ministério da Justiça, com R$ 2 milhões em compras.
Em sua publicação no Twitter, Eduardo Bolsonaro justificou o valor gasto
pelo executivo, afirmando que “quase 400 mil militares” são
contemplados pelos itens de alimentação. Ele também disse que os
alimentos são direcionados a “universidades, hospitais e outros órgãos
federais”.
O parlamentar publicou uma imagem do Portal da Transparência que mostra
que, dos R$ 15,6 milhões gastos com leite condensado, R$ 14,2 milhões
são destinados ao Ministério da Defesa. Eduardo disse que o valor seria
suficiente para comprar cerca de 6,5 mil latas do produto por dia, e que
o alimento é recomendado para praticantes de atividades físicas.
“Com este valor poderia-se comprar pouco mais de 6.500 latas de leite
condensado/dia, algo bem razoável para uma tropa de 334.000 militares
vide ainda que o item é um produto calórico indicado a quem faz muitas
atividades físicas e serve de base para a elaboração de vários outros
alimentos comuns a mesa dos brasileiros como bolos.”
Efetivo
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa
das Forças Armadas disse que o efetivo do órgão é composto de 370 mil
pessoas, que recebem uma “dieta balanceada diária”.
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O
texto argumenta ainda que, de acordo com o Estatuto dos Militares, Lei
nº 6.880/80, a alimentação é direito assegurado ao militar, assim como
as refeições fornecidas aos funcionários em atividade.
“Pelos motivos citados acima, é compreensível que parcela considerável
de despesas com gêneros alimentícios da União se dê no âmbito deste
Ministério. A administração militar deve esforçar-se para assegurar a
excelência da alimentação militar, quer nas Organizações Militares de
Terra, quer nos navios, em tempo de paz e de guerra”, diz a nota
Ainda segundo o texto, durante 2020, ao contrário de muitas
organizações, o Ministério da Defesa (MD) e as Forças Armadas mantiveram
em andamento suas atividades.
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