By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: Divulgação
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Carreira
Filho de artistas circenses, Marins, nascido em São Paulo, cresceu frequentando a sala de cinema gerenciada por seu pai. Fez filmes caseiros na infância e tinha especial interesse pelo terror.
O primeiro sucesso de Marins foi A Sina do Aventureiro (1958), classificado pelo pesquisador Rodrigo Pereira como um “western feijoada”. O Zé do Caixão, personagem que o acompanharia pelo resto da carreira, surgiu em À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964).
Criado “do zero” por Marins, Zé do Caixão, ou Coffin Joe, como é popularmente conhecido na cinefilia internacional, surgiu para o artista durante um pesadelo. Nele, dizia o ator e diretor, ele era arrastado por um vulto para seu próprio túmulo.
Com características unhas alongadas e discursos mórbidos, Zé do Caixão era frequentemente dublado por Laércio Laurelli. A maneira que Marins encontrara de reforçar ainda mais o ar macabro do personagem.
Ao longo dos anos, Marins continuou a mostrar o personagem em novas histórias, como Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1967), O Estranho Mundo de Zé do Caixão (1968), Trilogia de Terror (1968), O Despertar da Besta (1969) e Exorcismo Negro (1974).
Em 2008, concluiu a trilogia iniciada por À Meia-Noite e Esta Noite com Encarnação do Demônio, filme exibido no Festival de Veneza e concluído com a ajuda de amigos do cinema, entre eles o montador e hoje diretor Paulo Sacramento (O Prisioneiro da Grade de Ferro).
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Para além do terrorA trajetória de Marins transcendia Zé do Caixão e o cinema de terror. Rodou outras produções do gênero sem o personagem, como o cult Finis Hominis (1971), Inferno Carnal (1976) e A Praga (1980).
Entre os anos 1960 e 1980, foi um dos grandes nomes do cinema marginal a bordo da Boca do Lixo, em SP. Também participou ativamente da pornochanchada como ator e diretor em títulos como 24 Horas de Sexo Explícito (1985).
Nos anos 1990, a obra de Marins passou a ser cultuada fora do Brasil, por círculos de cinema nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, apresentou programas de TV como Cine Trash, na Band, e O Estranho Mundo de Zé do Caixão, no Canal Brasil.
Apesar da imensa popularidade do personagem Zé do Caixão no imaginário brasileiro, seus filmes ainda custam a ter o devido reconhecimento. A presença de títulos do ator e diretor no mercado atual de streaming, DVD/Blu-ray e TV a cabo, por exemplo, é rarefeita.
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