terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Amazônia: O que ameaça a floresta em cada um de seus 9 países?


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BBC BRASIL Imagem: Divulgação

Em agosto de 2019, o aumento dos focos de incêndio no Brasil e na Bolívia chamou a atenção do mundo novamente para a pressão sobre a Floresta Amazônica.
Segundo pesquisadores do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o fogo estava diretamente ligado ao desmatamento.
Nos dois países, a grilagem de terras e a expansão da fronteira agropecuária são apontadas por especialistas como as principais causas do aumento da destruição da floresta, algo que os governos negam.
Juntamente com a mineração, a retirada de madeira e a exploração econômica descontrolada, essas atividades estão por trás das taxas de desmatamento crescentes em todos os nove países amazônicos (contando com a Guiana Francesa, território ultramarino da França).
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Aqui se encontra a principal questão que opõe governos, ambientalistas, empresas e indígenas: os planos de desenvolver atividades econômicas na região se chocam, muitas vezes, com a preservação do ecossistema e de seus povos nativos.
“Não podemos vilanizar as atividades econômicas na floresta. Se tivermos clareza do que queremos fazer com essa região, podemos buscar empreendimentos que façam sentido ali, com a melhor tecnologia possível, que gerem cadeias produtivas envolvendo a população e ajudando na conservação”, diz à BBC News Brasil Natalia Hernández, especialista da Fundação Gaia Amazonas e da .
“Mas o que temos hoje são discursos contraditórios dos governos e obras que contribuem com o desmatamento, mas não resolvem os problemas reais das pessoas que vivem na Amazônia.”
Os processos de desmatamento que acontecem nesses países, independentemente das políticas de cada governo, afetam o ecossistema de toda a região, inclusive dos países que não têm Amazônia.
Isso acontece por causa do papel essencial que a floresta desempenha: distribuir a umidade que vem do Oceano Atlântico por toda a América do Sul, regular o clima da região e capturar grandes quantidades de dióxido de carbono, o principal gás causador do efeito estufa.
“Essa espécie de quadrilátero formado entre o centro-sul do Brasil e a bacia do Rio da Prata seria desértica se não fosse a Amazônia”, diz à BBC News Brasil o climatologista Antonio Donato Nobre, pesquisador do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).
“É assim que funcionam outros locais do mundo que ficam nestas latitudes. As pessoas não fazem ideia do que significaria perder esse magnífico sistema hidrológico.”
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Se essas taxas de desmatamento e da floresta não forem revertidas, dizem os cientistas, as consequências da mudança climática podem ser aceleradas em todo o planeta. Que atividades provocam esse desmatamento? Quanto da floresta original foi perdida em cada país? E o que os governos estão fazendo?
Estas são algumas das perguntas que exploramos neste especial interativo. Confira AQUI as perguntas
Os incêndios na Bolívia, que começaram em maio de 2019, destruíram quase 2 milhões de hectares de Floresta Amazônica (o equivalente a 17 vezes o tamanho da cidade do Rio de Janeiro), segundo a ONG de monitoramento Fundación Amigos de la Naturaleza.
E quase a metade disso aconteceu em áreas protegidas, conhecidas pelo alto índice de biodiversidade.
O governo do então presidente Evo Morales autorizou, por decreto, o corte de árvores e as queimadas para atividades agrícolas na região amazônica, o que provocou protestos de grupos indígenas.
Morales também foi acusado por ambientalistas de estimular o desmatamento com uma política de venda de terras a fazendeiros e distribuição a camponeses. MATÉRIA COMPLETA.
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