By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
O menino de 12 anos que morreu depois de ter supostamente tomado uma vacina contra o tétano
em um hospital particular de Campina da Lagoa, no centro-oeste do
Paraná, disse para a mãe que estava passando mal e perguntou o que
estava acontecendo.
“Eu ajudei a segurar o braço dele, que estava com medo. Aí ela [uma
auxiliar de enfermagem] aplicou a vacina e saiu. Nisso eu levantei e ele
me falou ‘mãe eu estou tonto, não estou enxergando muito bem. Chamei o
médico e ele disse que era reação da vacina”, contou a mãe, Ana Paula da
Silva Miranda.
De acordo com a mãe, ele havia machucado o pé em um prego ao passar
pelo asfaltamento e calçada que estão sendo feitos na rua da casa onde
morava. A obra é terceirizada pela prefeitura.
Ana Paula disse que ao ver o filho ferido o levou para o posto de saúde
central da cidade, mas como não conseguiu atendimento procurou o
Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças.
Ainda segundo a mãe, o médico receitou uma medicação e orientou que ela
voltasse ao posto para que o filho tomasse a vacina contra o tétano.
Sem conseguir a dose, voltou ao hospital, onde menino foi vacinado,
passou mal e morreu.
“Ele falou ‘o que está acontecendo comigo mãe, o que está acontecendo
com o meu corpo? Eu estou estranho, estou passando mal, não estou
conseguindo respirar’”, lembrou.
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“Nisso o médico falou para levá-lo até
uma sala. Peguei ele nos braços, mas ele já estava sufocado e espumando
pela boca.”
Investigação
A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar a morte que foi
comunicada ao delegado Sérgio Brito pela Secretaria Municipal de Saúde
de Campina da Lagoa.
O delegado já ouviu a direção do hospital, o médico e a auxiliar de enfermagem que aplicou a vacina no menino.
A mãe do menino, funcionários do hospital e da Secretaria Municipal de Saúde serão ouvidos na próxima semana.
Por conta de contradições no depoimento, a técnica será novamente
ouvida também na próxima semana. Ele recebeu uma licença de 30 dias do
hospital.
Vacina
Amostras de sangue, de urina e de tecidos do corpo do menino foram
coletadas pelo Instituto Médico-Legal (IML) e enviadas para a Polícia
Científica em Curitiba. O frasco de onde foi tirada a dose aplicada
também será encaminhado para a perícia.
De acordo com o delegado, o inquérito deverá ser concluído em até 30 dias.
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O secretário de saúde, Celso Aparecido, disse que a prefeitura está prestando apoio à família.
E que, sobre o menino não ter ser atendido no posto de saúde, afirmou
que quando a mãe levou o filho não havia vacina contra tétano na unidade
por conta da grande procura nas últimas semanas e que o atendimento é
feito conforme agendamento.
Quanto ao prego que o feriu, a prefeitura adiantou que vai notificar a empresa terceirizada responsável pela obra.
Troca de medicamentos
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que o caso está sendo
acompanhado pela 11ª Regional de Saúde de Campo Mourão e que acredita
que houve uma troca de medicamentos.
“Desde o momento da primeira notificação, a equipe apura a situação por
meio da coleta de documentos e informações, além da orientação ao
Instituto Médico Legal (IML) sobre a coleta de amostras que auxiliem a
investigação. Até o momento, as informações indicam que houve a troca de
medicamentos e que a vacina antitetânica não foi aplicada. Os laudos
conclusivos virão a partir dos resultados das análises realizadas pelo
IML.”
O caso também é apurado internamente pelo hospital.
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