By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Marília Marques (G1)
Apaixonado por livros, o brasiliense Ryan Maia aprendeu a ler aos 4
anos. Hoje, aos 7, o menino já tem um livro lançado, está escrevendo o
segundo volume e, recentemente, criou um canal na internet para dar
dicas de português e de matemática para crianças e adultos.
O próprio menino conta que desde pequeno, com 2 ou 3 anos, já falava
muito. As frases eram longas e "tudo certinho", diz ele. Segundo Ryan,
isso foi assustando os pais, que logo perceberam o interesse da criança
pelos livros e as letras.
Em menos de um ano, as frases bem formadas da criança de conhecimentos
precoces começaram a ser transferidas para o papel. Foi aí que Ryan diz
ter descoberto o "poder transformador da escrita e da leitura".
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Altas habilidades
No início de 2018, com 6 anos, Ryan foi diagnosticado com "superdotação
e altas habilidades". O laudo é da Secretaria de Educação do Distrito
Federal e só foi emitido após seis meses de avaliação psicopedagógica.
Ele frequenta aulas regulares pela manhã, em uma escola particular – em
Ceilândia – e à tarde, uma vez na semana, é acompanhado na sala de
recursos de altas habilidades/superdotação da secretaria.
Para o pai, Márcio Maia, o desempenho do menino é motivo de alegria,
mas tem sido acompanhado "com os pés no chão". Ele descreve Ryan como
uma criança que tem um tipo de brincadeira diferente: ler, escrever,
inventar histórias".
O desafio, diz o pai, é fazer com que o menino aprenda a lidar com as
altas habilidades que possui e, ao mesmo tempo, aproveite a infância.
Ryan, que sabe do diagnóstico, parece entender.
Como gosta de livros, ele vem sendo chamado para participar de rodas de
leitura em escolas. Já a facilidade que tem em falar se transformou em
pequenas apresentações – para outras crianças e até para adultos.
Ryan já foi chamado para falar sobre inclusão social, corrupção, política e também sobre a importância dos estudos.
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Vitória do bem contra o mal
O livro escrito por Ryan, "Uma heroína e um herói", foi lançado em
maio. A versão ilustrada tem 28 páginas e conta a vitória do bem sobre o
mal.
A inspiração veio dos personagens de filmes e desenhos que ele admira.
Mas, para criar a narrativa, Ryan preferiu inventar os próprios
super-heróis.
O homem-tomada, a menina-ema e o homem-televisão foram inspirados na
vivência do garoto, que também pesquisa o magnetismo e a eletricidade.
A publicação foi toda custeada pelos pais e os exemplares são vendidos na internet. Cada livro custa R$ 25 e parte da renda será doada para uma instituição social.
Teoria dos três anéis
Para a psicóloga Rachel Marinho, que acompanha Ryan, o menino apresenta
as três características do modelo dos três anéis, que atesta a
superdotação. "Ryan é uma criança muito criativa, tem fluência de
palavras e vocabulário acima da média esperada para idade dele".
A especialista explica que o estímulo que o menino recebe é adequado
para a idade dele, que tem que ser "mais do que crianças ditas normais".
A psicóloga diz que orienta aos pais de crianças com altas habilidades
para que procurem saber as áreas de interesse dos filhos.
Rachel explica que as crianças com superdotação não devem ser
sobrecarregarregadas com muitas atividades. Além disso, é fundamental
que os pais sempre escutem o que eles dizem.
"Que tenham momentos de interação com outras crianças, lembrando sempre
que eles também são crianças antes de mais nada", afirma.
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