By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: José Marcelo (G1)
O mini bailarino contou da sensação de representar o Piauí e como
aprendeu a dançar. “É uma alegria para mim, eu ter passado e mais ainda
porque vou representar o meu estado. Eu comecei a aprender a dançar
ballet vendo vídeos na internet. Então fui treinando em casa até entrar
numa escola”, falou Nailson.
A dona Isabel é mãe adotiva de Nailson e empregada doméstica. Ela não
mediu esforços para investir e acreditar no sonho do garoto.
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"Trabalharia de sol a sol, só para ver o meu filho brilhar", declarou.
“Eu faço de tudo pra manter o sonho dele. No inÍcio foi difícil por
causa do preconceito, mas ele vivia dizendo ‘Mãe, é o meu sonho’. Então
eu tive que apoiar porque eu não queria decepcionar meu filho, de
criação, mas é meu filho. É o meu orgulho em tudo. Aos poucos e vendo
ele dançar, eu fui me acostumando e hoje eu tenho o ballet como um
esporte”, comentou dona Isabel.
Apesar da rotina de ensaios e de preparação, o mais dificultoso foi
lidar com o preconceito. Com foco no sonho, o menino dá um passo à
frente na dança e na discriminação.
Nailson dança ballet há pouco mais de um ano e meio e já se tornou
pioneiro no bailado. Ele é o primeiro bailarino da categoria Solo
Masculino Neoclássico Infantil a representar o Piauí no Brasil afora.
Além de percursor, a idade do garoto e o amor pela arte já orgulha os
professores.
“Toda equipe da escola, a gente enxerga um grande potencial no Nailson.
Ele tem um físico promissor, tem um ouvido muito musical, é inteligente
em captar o movimento com mais rapidez. Então, é um potencial que
precisa ser desenvolvido mais ainda. Sabemos que é o início e tem um
longo caminho pela frente. A dança se constrói com muita cautela. E o
que o mais nos deixa satisfeito é o curto tempo de ballet que ele tem e a
sua tão pouca idade”, disse Mariana Alves, uma das professoras do
garoto.
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A professora Mariana Alves deixou claro a admiração e o cuidado na
carreira do Nailson. Segundo ela, conseguir uma vaga no Festival de
Dança de Joinville além de não ser fácil, é um evento bastante
criterioso em avaliar bailarinos. Enfatizou a importância da
oportunidade que o menino está tendo.
“Quando ele iniciou o ballet na nossa escola só tinha um mês de aula em
outra instituição, mas antes disso ele já era aquela criança que
dançava muito e sempre demonstrou para todos que queria ser artista. A
nossa responsabilidade aumenta e os cuidados com seu desenvolvimento
também. O festival de Joinville é o maior e mais rigoroso festival do
país, reúne bailarinos de toda a América Latina e eu, enquanto
bailarina, nunca tive a oportunidade que ele está tendo agora. Então, é
de se festejar”, comentou a professora.
Nailson foi o único rapaz do Nordeste aprovado na edição do evento
chamado ‘Meia Ponta’, onde irá concorrer como solista na sua categoria,
com a coreografia da professora e bailarina Eline Costa, chamada
'Pirata'. A apresentação acontecerá no Teatro Juarez Machado, em
Joinville, e já está na sua 36ª edição. Mariana Alves contou com muito
entusiasmo.
“Na verdade somente dois rapazes foram aprovados na categoria dele, no
festival todo. E ele é o único do Nordeste. Então, só quem é da dança
sabe o quanto é relevante o festival. O que a gente quer é que ele vá ao
palco com muita alegria, que brilhe em cena, que ele possa sentir essa
vida bailarino porque ele vai lidar com muitos outros. São crianças, mas
que levam muito a sério, encaram como uma profissão. Que ele conheça
esse universo para depois dizer ‘É isso que eu quero’ e a gente
continuar investindo no sonho dele”, falou a bailarina e professora.
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A arte não somente está entre o solo e a sapatilha, o menino Nailson
tem outras competências para o mundo artístico. Que brilhe a estrela e
que viva, o artista. É nesse nível que o menino é visto pela orientadora
e pela escola.
“Na dança, ele é uma jóia e precisa ser lapidada. Além de ter todas as
aptidões voltadas para o ballet, ele tem o mais importante, que é o
gosto pela dança e ele quer muito. Às vezes ele diz pra mãe: ‘Eu quero
ser um palhaço, depois ele participo de aulas canto'. Então, a arte está
na vida dele e que bom que a gente se encontrou”, finalizou Mariana
Alves.
Preocupada com as despesas da viagem, a dona Isabel teve que pedir ajuda a parentes e amigos e felizmente conseguiu.
“Eu me preocupei muito com a viagem dele, mas comecei a pedir ajuda à
família, até a minha patroa me ajudou, ela levou a gente para o shopping
e comprou algumas roupas de frio para ele”, disse Isabel.
Nailson Machado sonha em ser um bailarino profissional e se por ventura
não for, ensinar, será o seu maior prazer. “Eu sempre quis ser
bailarino, mas se eu não conseguir ser, vou me formar pra ser
professor”, conclui Nailson.
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