By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Roberto Moraes
Atualmente, o tratamento disponível para reverter os efeitos do
envenenamento é a utilização do soro antilonômico produzido pelo
Instituto Butantan desde 1994, único produtor do medicamento no mundo. O
soro é obtido a partir do próprio veneno da Lonomia, em um processo no qual animais são imunizados com antígenos específicos e preparados com a toxina da lagarta.
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Para manter a disponibilidade do medicamento, o Instituto recebe a cada
ano uma quantidade suficiente dessas lagartas por meio de parcerias com
secretarias de saúde da região Sul do país, geralmente entre os meses
de dezembro e fevereiro. “Existe uma cadeia de participação para a
produção do soro que envolve a população, órgãos de saúde e o Instituto
Butantan. Tudo isso para viabilizar o soro”, explica Fan Hui Wen,
gestora de projetos do Núcleo Estratégico de Venenos e Antivenenos do
Butantan.
“Na medida em que divulgamos a existência dessas lagartas
consequentemente se estabelecem ações de prevenção”, explica a médica do
Butantan.
Sobre a espécie
A Lonomia
é um inseto em fase larval que possui quatro estágios de
desenvolvimento – ovo, lagarta, pupa e mariposa – frequentemente
encontrada nos períodos de calor e chuva em troncos de árvores,
camufladas e agrupadas em colônias. Somente na fase de larval a lagarta
possui cerdas “espinhudas” que contêm um veneno que, em contato com a
pele, causa “queimaduras”, dor local e sangramentos. Os acidentes com Lonomia
nem sempre causam envenenamento e a gravidade do caso depende da
quantidade de lagartas que a pessoa tocou e o quanto de veneno foi
inoculado a partir do contato, se foi um contato leve ou se houve
pressão sobre as cerdas.
O encontro da lagarta com o homem deve-se provavelmente ao desmatamento
e é facilitado pela existência de moradias próximas à ilhas de mata
nativa, inclusive no meio urbano.
Desmatamento
Os motivos da expansão populacional da taturana Lonomia obliqua
foram identificados pelo pesquisador Roberto Henrique Pinto Moraes já
em 2002. “O desmatamento é o responsável pelo aumento populacional da
taturana; o número de acidentes é consequência”, afirmou Moraes, em
reportagem divulgada pela Universidade de São Paulo (USP) em 2003.
Diminuição de predadores explica avanço da taturana
Outra razão para o aumento da população da taturana do gênero Lonomia
é a extinção de um ou mais de seus predadores naturais. O principal
deles é uma mosca da família Tachinidae. Ela deposita cinco ou seis
ovos. Outro predador é o vírus loobMNPV, nocivo apenas para a Lonomia obliqua.
Entre os motivos de extinção dos predadores estariam o desmatamento e o
uso de agrotóxicos nas plantações. “Para reduzir acidentes o melhor é a
conscientização. Conhecer a lagarta e saber como evitá-la”, alerta
Moraes
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