By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: YAHOO – Imagem: Divulgação
Auxiliares
confirmaram reservadamente à época que uma carta de renúncia chegou a
ser redigida, mas o texto acabou nunca vindo a público. Oficialmente,
ela nunca existiu.
Áudio
de uma sessão sigilosa da CPI da JBS obtido pela Folha de S.Paulo
revela, no entanto, um dos principais aliados de Temer afirmando ter
testemunhado, dentro do gabinete presidencial, a quase renúncia.
"Ele
quase derrubou o presidente naquele dia 17. O complô era pro dia 18 o
presidente renunciar. Quase conseguiu fazer o presidente renunciar!
[eleva a voz] E quem tá lhe falando é quem tava dentro do gabinete!"
A
fala é do relator da CPI, o peemedebista Carlos Marun (MS), um dos mais
estrepitosos defensores de Temer no Congresso, integrante da tropa que
liderou a rejeição das duas denúncias da PGR (Procuradoria-Geral da
República) contra o presidente.
O
áudio é da sessão secreta do dia 18 de outubro, quando a comissão ouviu
o depoimento do advogado e delator da JBS, Francisco de Assis e Silva.
O "ele" a quem Marun se refere é Joesley Batista, responsável por gravar Temer.
O
deputado do PMDB sugere, na sessão, que Assis e Silva aconselhe o dono
da JBS, seu chefe, a fazer uma nova delação, revelando como foi o
processo de negociação e obtenção de provas da colaboração que gerou uma
crise política na atual gestão.
O
recado é para que Joesley, que está preso desde o início de setembro
suspeito de ter omitido informações em sua delação, delate agora o então
procurador-geral da República Rodrigo Janot, que comandou o acordo de
colaboração dos executivos da gigante das carnes.
Aliados
de Temer sustentam que Janot tinha o objetivo de derrubar o governo e
que, por isso, induziu e orientou de forma ilegal toda a produção de
provas.
"A
flecha saiu pela culatra", ironizou Marun, em referência à frase do
ex-procurador-geral -"enquanto houver bambu, lá vai flecha"- de que
continuaria apresentando denúncias até o último dia de sua gestão.
Janot
deixou o cargo em 17 de setembro. Antes de sair, pediu a suspensão dos
benefícios de dois delatores, Joesley e Ricardo Saud -também preso
atualmente.
A nova procuradora-geral, Raquel Dodge, é quem vai definir o futuro dos acordos.
Procurado
neste domingo (12), Temer negou que tenha pensado em renunciar.
"Prezada jornalista, não, isso nunca ocorreu", escreveu a assessoria de
imprensa do Planalto.
'TONTO'
Na sessão secreta, Assis e Silva defendeu a delação firmada por ele e os outros seis executivos da empresa.
O
advogado não quis responder qual foi exatamente a participação do
ex-procurador Marcello Miller, pivô da polêmica que fez Janot pedir a
suspensão dos benefícios de Joesley e Saud.
Assis
e Silva alegou que esse assunto tem de ser preservado por sigilo
profissional, já que, além de delator, ele foi o advogado dos acordos
assinados -o que nunca tinha acontecido antes na história das delações
da Lava Jato.
Outro
aliado de Temer, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), questionou essa
relação. Ele afirmou na sessão que na sua percepção Assis e Silva, que
não é criminalista, só assinou as delações porque a JBS contava nos
bastidores com orientações do ex-procurador.
Pinato, na mesma linha que Marun, passou, então, a dar conselhos ao advogado, quando se abriu uma discussão.
"O
senhor [se referindo a Assis e Silva] que está querendo virar um
cidadão de bem", disse Pinato, mas foi interrompido pelo depoente:
"Sempre fui um cidadão de bem".
O
deputado, então, se exaltou: "Não vem com conversa fiada aqui, não,
porque aqui tem muito tonto, mas tem 'nego' esperto também", cortou o
parlamentar.
"Eu sei...", se limitou a treplicar Assis e Silva.
Dominada
por aliados de Temer, a CPI, nas quatro horas da depoimento, não
extraiu informações relevantes sobre desvios do BNDES -e aparentemente
nem convenceu o advogado a orientar o chefe a mudar sua delação.
A
CPI tem oficialmente o objetivo de apurar irregularidades envolvendo a
JBS em operações com o banco estatal, mas tem mirado a atuação do
Ministério Público.
Ao final da sessão com Assis e Silva, Marun afirmou ao delator: "Agora a casa caiu, o gato subiu no telhado."
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.