By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: GAZETA ONLINE – Imagem: Divulgação
Policiais militares do Rio Grande do Sul prenderam na madrugada desta segunda-feira (13) o acusado de sequestrar a menina Thayná Andressa de Jesus Prado, 12 anos. Ademir Lúcio Araújo Ferreira, de 55 anos, foi encontrado na Rua Comendador Manoel Pereira, no Centro de Porto Alegre. A ação contou com o auxílio de policiais civis do Espírito Santo, que ajudaram nas buscas ao foragido.
Ademir foi levado para a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento da Polícia Civil, localizada em Porto Alegre. Ainda não há informações de quando Ademir será transferido para o Espírito Santo.
CERCO NO SUL DO PAÍS DESTE A ÚLTIMA TERÇA
Policiais civil da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), do Espírito Santo, estavam no Rio Grande do Sul desde a última terça-feira para tentar localizar Ademir.
SENSAÇÃO DE LIBERDADE
O Gazeta Online tentou contato, por telefone, com a mãe da Thayná na manhã desta segunda-feira, mas quem atendeu a ligação foi uma mulher. Ela falou rapidamente que Clemilda Aparecida de Jesus já sabe da prisão. A mulher, que não quis dar entrevista, disse apenas que a sensação é de liberdade ao saber que Ademir foi preso. "Agora vamos esperar o que vai acontecer, tentando ter calma para agir", afirmou antes de desligar.
Clemilda segue para a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na manhã desta segunda, para rever e tentar reconhecer as vestes encontradas junto à ossada de uma menina, na última sexta-feira (10), no bairro Areinha, em Viana.
Ela também deverá fornecer todo material necessário para que seja realizado o exame de DNA que vai confirmar se essa ossada é da filha dela, a estudante Thayná.
OSSADA E ROUPA ENCONTRADAS NA SEXTA
O padrasto da menina Thayná reconheceu que a roupa encontrada pela polícia na manhã de sexta-feira (10) é da enteada, segundo informação foi divulgada pelo delegado responsável pelo caso, José Lopes, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A mãe da Thayná, Clemilda Aparecida de Jesus, de 39 anos, ficou muito abalada quando o companheiro reconheceu a roupa no DML de Vitória e nem conseguiu olhar a peça. Quando ouviu o companheiro confirmar que era o vestido da menina, Clemilda passou mal, chorou muito e saiu do departamento.
“A mãe pediu para ver a ossada, eu expliquei para ela como estava a situação, mas mesmo assim ela quis ver. Então fomos eu, o padastro e a mãe. Clemilda entrou, olhou a primeira veste e disse que não era da filha. Na outra mesa tinha outras vestes. Quando o padrasto foi para outra mesa, ele olhou, parou e disse: 'É'. Com isso, Clemilda passou mal. Ela não chegou a ver o vestido. É difícil, é pesado, DML é complicado. Ela caiu no chão gritando e chorando”, afirmou José Lopes.
Segundo o delegado, a peça de roupa encontrada é muito semelhante com a que Thayná usava no dia do sequestro. No entanto, mesmo com o padrasto reconhecendo que o vestido era da menina, somente o teste de DNA pode confirmar oficialmente se a ossada encontrada é da Thayná. A previsão inicial é que o exame fique pronto em 30 dias. O delegado José Lopes prometeu empenho da equipe para fazer com que esse prazo seja reduzido.
O VÍDEO DO SEQUESTRO
Em 17 de outubro, dia em que Thayná, de 12 anos, desapareceu no bairro Universal, em Viana, a mãe Clemilda Aparecida de Jesus, de 39 anos, procurou a polícia. Os dias seguintes foram uma via crucis. Foram idas aos comércios do bairro, conversas com moradores, tudo para levantar informações que pudessem ser usadas para ajudar na busca pela menina.
Até na casa do suspeito de ter raptado a filha dela, Clemilda foi. Tudo feito, segundo a costureira, sem a ajuda da polícia. O que conseguiu, entregou para a investigação. “Entreguei o vídeo dela entrando no carro e falei: "Agora vocês acreditam que minha filha não fugiu? Só assim o caso passou a ser tratado como sequestro", desabafa.
Uma pessoa não pode chegar para você e dizer: “Mãe, calma. Sua filha fugiu com o namorado”. A gente conhece o filho da gente só de amamentar, se vai ser guloso ou não. Calmo ou levado. Conheço minha filha. Se eu tivesse alguns zeros a mais na conta, tudo isso seria diferente. Quando disseram que ela podia ter fugido, a primeira coisa que procurei foi uma boneca de pano que ela tem desde os quatro anos e não larga por nada.
Sobre as críticas de que a mãe da garota correu atrás de provas sem ajuda da polícia,o secretário de Estado da Segurança Pública, André Garcia, afirmou que a investigação já acontecia de forma silenciosa e que não havia distinção do Estado entre vítimas por classe social. Para o secretário, a Delegacia de Pessoas Desaparecidas (DPD) agiu de forma correta.
“Não vou me abater com a crítica de uma mãe que está com a filha desaparecida. Acho que o desespero é tão grande que tudo se justifica. No lugar dela, como pai, faria o mesmo. O fato dela ter ido atrás das imagens, não significa que a polícia não estivesse trabalhando”, afirmou o secretário.
OPERAÇÃO EM VIANA
As ossadas de uma criança do sexo feminino e restos de roupas foram encontrados em um brejo, próximo a uma lagoa de Viana, na localidade de Areinha. As buscas foram realizadas por policiais do Grupo de Operações Táticas (GOT) da Polícia Civil e de militares do Corpo de Bombeiros.
Segundo o delegado, a polícia recebeu a informação de que Ademir Lúcio Araújo Ferreira, de 52 anos, acusado de sequestrar a menina Thayná, usava essa área para cometer os crimes contra as vítimas dele. "Fizemos um pente-fino na região com buscas na lagoa e no entorno e não localizamos nada. Por volta das 9h50 tivemos êxito em achar uma ossada de uma menina", ressaltou o delegado.
O delegado garantiu que vai pedir prioridade para que a identificação do corpo aconteça logo. O prazo protocolar é de no máximo 30 dias. A polícia já recebeu mais de 20 denúncias do caso por meio do 181. Ademir é considerado foragido.
O delegado José Lopes também afirmou que o matagal próximo ao brejo onde a ossada foi encontrada estava queimado, fato que ocorreu no dia 31 de outubro. Mesmo dia em que a polícia divulgou o caso Thayná, às 11 horas, apontando Ademir como suspeito do desaparecimento da menina.
O SEQUESTRADOR
Ademir Lúcio Araújo Ferreira, 52 anos, já cumpriu pena por homicídio e saiu da cadeia em dezembro do ano passado. Ele também é acusado de estupro de uma menina de 11 anos e tem passagens policiais por roubo e estelionato.
CARRO USADO NO SEQUESTRO É ENCONTRADO EM GUARAPARI
O carro usado pelo sequestrador de Thayná foi encontrado pela polícia no dia 6 de novembro, em Guarapari. O Gol de cor prata estava em uma oficina mecânica, com o motor batido. Segundo o titular da Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) e da Delegacia de Pessoas Desaparecidas, José Lopes, cerca de 10 dias depois do sequestro de Thayná, Ademir vendeu o carro para um queijeiro.
A transação ocorreu no dia 28 de outubro, em Cobilândia, Vila Velha. O comprador informou à polícia que negociou a compra do veículo por R$ 5 mil, pagou R$ 2 mil na hora e combinou com Ademir que acertaria o restante depois. A Polícia Civil acredita que ele tenha feito a compra de "boa fé", e não teria ligação com o sumiço da Thayná.
ESTUPRO DE CRIANÇA ANTES DE SEQUESTRAR THAYNÁ
Ademir agiu de modo parecido para estuprar uma criança de 11 anos. O caso aconteceu três dias antes do desaparecimento de Thayná. Ademir Lúcio Araújo Ferreira, 52, utilizou o mesmo carro, um Gol Prata, e abordou a vítima também no mesmo bairro de Viana, região da Grande Vitória.
A menina de 11 anos tinha saído para ir ao supermercado a pedido da família e o suspeito, na rua, ofereceu uma carona, mas logo depois desviou o caminho.
De acordo com o delegado Lorenzo Pazolini, titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o acusado levou a vítima para um galpão em construção.
"Ela foi estuprada. Nós temos a confirmação, nós temos laudo do DML, temos também o reconhecimento de testemunhas. Então não temos dúvida nenhuma da autoria (do crime) porque ele foi reconhecido pela vítima, foi reconhecido por testemunhas presenciais. Ele levou a menina para um local ermo, um local onde está sendo construído um galpão no município de Viana. Aí ele estacionou o carro em um local onde tem uma grande depósito de material e esse depósito forma monte. Atrás desse monte, ele estacionou o veículo - era uma área oculta do restante do terreno", relata o delegado.
A menina foi abandonada no meio da rua depois do crime e precisou ser hospitalizada. Ela já recebeu alta, segundo o delegado.
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