By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira
(1º) um aumento de 30% do salário mínimo no país e também um bônus
natalino para 4 milhões de famílias.
"Anuncio um aumento de 30% do salário mínimo nacional e das
aposentadorias dos venezuelanos e venezuelanas", afirmou Maduro em um
discurso transmitido em rede nacional de rádio e televisão.
Com o reajuste, o quinto realizado por Maduro neste ano, o salário
passa de 136.544 bolívares para 177.507 bolívares, o equivalente da US$
53 na taxa oficial de câmbio.
Maduro anunciou também um aumento no chamado bônus de alimentação, que agora é de 279 mil bolívares, cerca de US$ 83.
O presidente já tinha elevado o salário mínimo em 40% no início de
setembro. Com esse aumento, o governo do país reajustou o valor em 39
vezes desde o início da chamada revolução bolivariana.
Além disso, Maduro também anunciou no discurso que 4 milhões de
famílias venezuelanas ganharão um bônus natalino de 500.000 bolívares,
cerca de US$ 500.
"Aprovei os recursos para entregar um bônus natalino especial para 4
milhões de famílias. São 500.000 bolívares de um bônus através da
carteira da pátria", explicou.
A carteira da pátria é um cadastro digitalizado utilizado pelo governo
para distribuir comida a preços subsidiados e outros auxílios sociais. A
oposição e outras personalidades críticas ao chavismo, como a
ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, acusam Maduro de utilizar o
registro para comprar votos.
O presidente também vai distribuir um CLAP, uma cesta de básica
subsidiada, na época do Natal, com todos os ingredientes para fazer a
"hallaca", prato típico da festa na Venezuela.
"O que faltar, com esse aumento salarial, as pessoas sairão e comprarão
o complemento na rua. Se nos atacam por um lado, nos defendemos pelo
outro, mas o povo vai passar seu Natal feliz", afirmou Maduro no
discurso.
O CLAP especial natalino, segundo o presidente, será distribuído para
12 milhões de pessoas. A oposição afirma que essa medida tem sido
utilizada pelo chavismo para obter vantagem eleitoral, já visando as
eleições municipais de dezembro.
A Venezuela tem atualmente a inflação mais alta do mundo e passa por
uma grave escassez de alimentos, remédios e outros produtos de
necessidade básica.
Outra medida anunciada hoje pelo presidente é a introdução da cédula de 100.000 bolívares, que entra em circulação amanhã.
"A nova cédula é para fortalecer a política de proteção, de seguridade
social dos trabalhadores e da família venezuelana, argumentou Maduro.
A Venezuela também enfrenta uma escassez de dinheiro em espécie. O
governo diz haver um contrabando de cédulas para a Colômbia.
Por esse motivo, Maduro ordenou que o ministro de Interior e Justiça,
Néstor Reverol, monte um esquema de "grande vigilância" na distribuição
da nova cédula amanhã.
Outro motivo para a adoção da nota de 100.000 bolívares é a galopante
inflação. O Banco Central da Venezuela não divulga dados oficiais desde
2015, mas a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, diz que o
índice é de 563,2% apenas em 2017.
A escassez de cédulas gera, diariamente, grandes filas nos bancos. No
discurso de hoje, Maduro sugeriu que a solução para o problema é
realizar 95% das transações de forma eletrônica, incluindo a compra de
passagens de ônibus e de metrô.
"A utilização do dinheiro físico já está sendo substituída no mundo
inteiro. Acredito que essa seja a solução, porque essas pessoas vão
continuar com a guerra das moedas", afirmou.
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