By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CÂMARA EM FOCO – Imagem: Divulgação
Os
deputados concluíram nesta terça-feira (3), depois de cerca de seis horas de
sessão, a votação dos destaques ao texto-base do Refis, cujo relator é o
deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). O Refis abre possibilidade de que
corruptor parcelem suas dívidas com a União. Uma emenda permitiu que o desconto
sobre encargos legais e honorários de 25% para 100% e outra perdoa dívidas de
entidades religiosas e instituições de ensino vocacional.
A
deliberação teve início por volta das 16h30 e seguiu em sessão extraordinária
até as 22h, já com as discussões avançadas, por volta das 19h, os deputados
aprovaram a emenda apresentada por Arthur Lira (PP-AL) para elevar o desconto
sobre encargos legais e honorários advocatícios na renegociação de dívidas com
a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN). O desconto, que era de 25%,
foi elevado para nada menos que 100%.
Já o
perdão a dívidas de entidades religiosas e instituições de ensino vocacional
foi aprovada por volta das 21h30. Eles terão as dívidas perdoadas em relação a
todos os tributos federais, inclusive aqueles que são objeto de parcelamentos
anteriores ou estão em discussão administrativa ou judicial.
Os
deputados também aprovaram conceder isenção de tributos e contribuições
federais para igrejas e escolas vocacionais se exercerem atividade de assistência
social sem fins lucrativos por cinco anos. A isenção atinge tributos sobre o
patrimônio, a renda ou os serviços.
Entre
as outras medidas aprovadas pelos deputados estão a retirada do texto da
possibilidade de parcelamento de dívidas eleitorais ou relativas a acordos de
leniência com a Procuradoria-Geral da União (PGU), a diminuição do valor mínimo
da prestação que micro e pequenas empresas terão de pagar ao parcelar as
dívidas com mesmos prazos e descontos que empresas maiores, além da extinção do
voto de desempate dos presidentes de turmas da Câmara Superior de Recursos
Fiscais, garantindo que os contribuintes saiam vitoriosos em caso de empate.
Eles
mantiveram a possibilidade de que detentores de cargos, empregos e funções
públicas de direção ou eletivas parcelem as dívidas, como previsto na MP. A
emenda do deputado Jorge Solla (PT-BA) sugeria que cônjuges e parentes até o
segundo grau também fossem proibidos de aderir ao programa de refinanciamento.
Por
fim, em votação simbólica, os deputados permitiram a reabertura do prazo de
adesão para o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das
Instituições de Ensino Superior (Proies). O programa é destinado ao
parcelamento de dívidas das faculdades.
Polêmica
Os
deputados também tiveram momentos para fugir da pauta e voltar a abordar a
polêmica em torno de uma exposição de arte realizada no Museu de Arte Moderna
(MAM) de São Paulo. Os deputados Edmilson Rodrigues (Psol-PA) e João Rodrigues
(PSD-SC) discutiram aos gritos no plenário e quase se agrediram fisicamente. A
confusão começou após os pronunciamentos dos parlamentares, em que João
criticou a performance em que o artista fica nu, afirmando que quem faz a
defesa da performance é “tarado” e merecia levar “porrada”.
O
paraense reagiu na tribuna e, sem citar o nome de João, afirmou que imoral era
alguns deputados assistirem a filme pornográfico dentro do plenário. Em maio de
2015, João foi flagrado pelo SBT assistindo a um filmete de sexo durante sessão
da Câmara – coincidentemente, durante uma das votações da Casa sobre “reforma
política”.
O
catarinense foi tirar satisfações e os gritos viraram empurrões, e outros
deputados correram para apartar. Rodrigo Maia (DEM-RJ) tentou continuar a
sessão, mas os deputados continuavam gritando no plenário. Ao pedir a palavra
novamente, Edmilson afirmou, exaltado, que João havia ofendido ele e sua mãe ao
xingá-lo de “filho da puta”. “Quem me conhece sabe que eu sou uma pessoa
apaixonada na forma de falar, no que eu acredito. Dificilmente eu personalizo
ou uso nomes”. Disse que João tirou a carapuça e assumiu que foi ele quem
estava vendo vídeos pornográficos em horário de trabalho. “Não vou aceitar essa
violência, porque além de me ofender moralmente, tentou me agredir fisicamente.
É um covarde”, gritou Edmilson.
Outros
deputados também trocaram gritos e Maia tentou acalmar os ânimos novamente. “O
deputado Edmilson não citou o nome de ninguém na tribuna, como é da praxe. Ele
é crítico, mas ele não é crítico nominal das pessoas.
”A
troca de farpas e ofensas ainda continuou. Em seguida, Glauber Braga (Psol-RJ)
pediu a palavra pela liderança do partido e subiu à tribuna para defender o
colega. “Senhores deputados, está para nascer que vai, com esse tipo de
expediente amedrontar a bancada do Psol. Os senhores não amedrontarão a bancada
do Psol. (…)S e acham que vão usar o plenário para nos intimidar estão muito
enganados. Não nos intimidarão.
”Jean Wyllys também defendeu o colega em breve
pronunciamento e ouviu gritos ao afirmar que os deputados querem criar uma
“cortina de fumaça” com o assunto e “não aguentam ouvir a verdade”. O deputado
Major Olímpio (SD-SP) foi visto gritando “lixo” ao fim da fala de Jean.
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