By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RÁDIO ESPERANÇA – Imagem: Gilmar Felix (Câmara dos Deputados)
A
Câmara aprovou na noite desta quarta-feira (2) o relatório da Comissão
de Constituição e Justiça (CCJ), de autoria do deputado Paulo Abi-Ackel
(PSDB-MG), que recomendava a rejeição da denúncia da Procuradoria Geral
da República por crime de corrupção passiva contra o presidente Michel
Temer.
Segundo a secretaria da Câmara,
votaram 492 deputados dos 513 deputados: 263 a favor do relatório, 227
contra e duas abstenções. Houve 19 ausências. De acordo com a
secretaria, um deputado – Adail Carneiro (PP-CE) – está licenciado para
tratamento de saúde e não houve convocação de suplente. Com base no
regimento da Câmara, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) não votou (veja o voto de cada deputado).
Com a decisão, os deputados livraram
Temer de responder no Supremo Tribunal Federal (STF) a processo que, se
instalado, provocaria o afastamento do presidente por até 180 dias.
Agora, Temer responderá no STF somente após a conclusão do mandato, em
31 de dezembro de 2018. O procurador-geral Rodrigo Janot, porém, deverá
apresentar outra denúncia contra Temer, por organização criminosa e
obstrução de justiça.
A acusação de Janot se baseia nas
investigações abertas a partir das delações de executivos da empresa JBS
no âmbito da Operação Lava Jato. Em março deste ano, o ex-assessor do
presidente e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) foi filmado,
saindo de um restaurante em São Paulo, com uma mala contendo R$ 500 mil.
Segundo a PGR, o dinheiro era parte de propina e destinava-se a Temer. A
defesa do presidente nega.
A sessão da Câmara desta quarta
começou às 9h. Após pronunciamentos do relator, do advogado de Temer e
da etapa de discussão, com discursos dos deputados, a votação se iniciou
às 18h19, por chamada nominal e de forma alternada entre estados do
Norte e do Sul.
Às 20h16, atingiu-se a soma de votos
que garantiu matematicamente a Temer que a denúncia não mais seria
encaminhada ao STF. Nesse horário, 159 deputados tinham registrado voto
favorável ao relatório da CCJ, que recomendava a rejeição da denúncia da
PGR; outros 127 tinham votado contra o relatório (a favor, portanto, do
prosseguimento da denúncia); um se absteve; e 12 estavam ausentes.
Às 20h41, tinham votado 342
deputados (dois terços do total de 513), quantidade necessária para que a
sessão tivesse validade. A votação terminou às 21h51, quase 13 horas
depois de iniciada a sessão.
Próximos passos
Com a rejeição, a denúncia ficará
parada no Supremo, e o caso só poderá ser retomado quando Temer deixar a
Presidência, momento em que já não será mais necessária autorização de
um órgão externo para que o Judiciário acolha a denúncia e abra o
processo.
Quando Temer estiver fora da
Presidência e sem o chamado foro privilegiado, caberá a um juiz de
primeira instância analisar a denúncia. Tal procedimento costuma ser
mais rápido e simples, já que a decisão é individual. O juiz será
designado pelo STF, após avaliação de onde teria ocorrido o delito.
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