By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CORREIO BRAZILIENSE – Imagem: Divulgação
"Não existe ninguém no Brasil eleito sem caixa dois. O cara pode até dizer que não sabia, mas recebeu dinheiro do partido que era caixa dois", disse Odebrecht. "Esse crime eleitoral tudo mundo praticou", destacou.
O empresário também falou sobre repasses ao PSDB e ao presidente
nacional da sigla, o senador Aécio Neves (MG). "Parece que também teve
uma parte desse caixa dois aí das contribuições do PSDB de Minas. Não
sei quanto do Aécio ou não. Parece que teve alguma coisa de marqueteiro,
que não era pra ser, aquele princípio nosso não era pra ter", contou
Odebrecht.
"Praticamente, com a assunção do
governo Lula, passou a ser grande a interface nossa com o PSDB. Eu não
sei precisar quantas dessas contribuições do PSDB foram para o Aécio,
para os candidatos, quanto isso foi de caixa dois. Como é coisa
antiga... sei que eram montantes relevantes, a gente tá falando da ordem
de pelo menos 50 milhões. O Henrique comentou uma época, eu até
estimulei, 'olha, é o único ponto que a gente tem hoje de relacionamento
com o PSDB, Aécio é uma pessoa importante, vai ser importante, eu acho
que vale a pena você assumir essas contribuições'", completou o
empresário, que também afirmou lembrar de "ter tido várias reuniões com
Aécio".
Eleições 2014
O peessedebista
também é citado no momento em que Marcelo Odebrecht fala sobre as
eleições de 2014, em que o senador mineiro enfrentou a ex-presidente
Dilma Rousseff. Ainda na pré-campanha, a empreiteira já acertou repasses
ao tucano. "Precisavam ter gastos de pré-campanha aí acertei com ele
valor de gastos para a pré-campanha. Aparentemente, pode até ter sido
com doação oficial para o PSDB. Bancou durante dez meses valores, era
500 mil por mês, durante dez meses", relatou. "Eram valores relevantes
na pré-campanha para 2014, esse foi o valor que eu acertei com Aécio um
momento, depois fizemos doação oficial a Aécio, mais ou menos o mesmo
montante de Dilma [...] Do ponto de vista oficial a gente equilibrou o
valor de Aécio com o valor de Dilma", acrescentou.
Já
durante a campanha, às vésperas do pleito, Aécio teria pedido ajuda à
Odebrecht para tentar impedir uma vitória de Dilma no primeiro turno.
"Pediu um encontro comigo. Eu falei: 'Aécio, é complicado, eu não posso
aparecer doando mais pra você do que pra Dilma'. Ele também tinha
assumido compromisso de apoiar algumas candidaturas e coincidiu algumas
pessoas que a gente tinha relação, eu lembro, ele falou alguns nomes.
Agripino. Eu disse 'pô Aécio, esse é um candidato que não tem nenhum
problema, então a gente apoia", afirmou o empresário.
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