By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: Thiago Freitas
Estudantes de cinco colégios federais no Rio estão ocupando os prédios em protestos a reformas defendidas pelo governo Temer. Alunos das unidades dos institutos federais de Educação do Rio de Janeiro (IFRJ) de Nilópolis, Duque de Caxias e São Gonçalo e dos colégios Pedro II de Engenho Novo e Realengo defendem a interrupção das reformas no ensino médio e são contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, que limita o teto de gastos do governo federal . O IFRJ de Realengo, que só tem ensino superior, também está ocupado.As primeiras ocupações aconteceram há uma semana.
“Querem cortar na carne, mas a carne a ser cortada será a do negro, a do pobre e a do periférico”, criticou um grupo de alunos de Nilópolis, em texto enviado ao EXTRA. Eles ainda lutam por mais segurança na unidade. “Já chegamos a ter mais de dez assaltos no mesmo dia, roubos de carros de professores e violência simbólica contra as estudantes”.
Só no Paraná, mais de 700 colégios estão ocupados. De acordo com os manifestantes, o número passa de mil ao redor do país.
Outra pauta à qual o grupo se opõe é o projeto de lei, em tramitação no Congresso, conhecido como escola sem partido, que impede professores de emitirem opiniões políticas em aula e é considerado pelos críticos uma forma de cessar o debate dentro das escolas.
— Quando é para fazer política indicando diretor, aí querem mais é partido dentro da escola. Da pior forma possível — diz um estudante do IFRJ São Gonçalo, no bairro Neves, que pede doação de alimentos e higiene pessoal para ajudar a ocupação (informações pelo e-mail ocupaifrjsg@gmail.com).
Assim como nas ocupações dos colégios estaduais ocorridas no meio do ano no Rio, os alunos das escolas federais se organizaram em comissões para segurança, alimentação e eventos (como atos públicos, palestras, rodas de conversas e atividades culturais).
– Eu acho que na situação atual, um movimento estudantil desse porte é extremamente necessário para que os alunos possam mostrar que têm voz. Ao contrário dos boatos, o movimento está muito organizado. Nós estamos cuidando da limpeza, alimentação, segurança e temos atividades culturais e monitorias. Como aluna do terceiro ano, eu defendo a uma educação pública de qualidade. São mais de 1000 escolas ocupadas no Brasil lutando contra medidas que causarão retrocesso na educação — afirmou uma aluna do Colégio Pedro II de Realengo.
O IFRJ informou que as as manifestações são legítimas e que cabe à direção zelar pelo patrimônio público e pela segurança de servidores e alunos, mantendo o diálogo com os jovens. Já o Pedro II, afirmou que as direções das unidades são contrárias às ocupações, mas não pedirão reintegração de posse.
Proximidade com o Enem
O apoio às ocupações não é unânime. Parte dos pais e alunos é contra a medida. Uma estudante do 3º ano do ensino médio do Colégio Pedro II de Realengo, que preferiu não se identificar, acredita que as ações não vão surtir efeito:
— Acho que as reivindicações não serão atendidas e a escola terá que adaptar um calendário no fim do ano. Talvez a ocupação só atrase os estudantes — afirma a estudante.
O último balaço do Ministério da Educação (MEC) aponta que, no país, 182 locais de prova do Enem estão ocupados, inclusive no Rio. O MEC deu prazo de até 31 de outubro para as desocupações. Caso isso não ocorra, o exame será cancelado nestes locais e os candidatos que fariam as provas nas unidades terão uma nova data, ainda não marcada. O órgão estima que 95 mil candidatos seriam afetados.
Além disso, o Pedro II de Realengo seria um colégio eleitoral. A direção afirma que negocia a desocupação com os alunos. Segundo o juiz Marcelo Rubiolli, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, não é possível realizar o pleito com o colégio ocupado pois as urnas precisam dormir na unidade e recebem escolta armada.
— Se houver votação o colégio terá que ser desocupado. Provavelmente o juiz eleitoral do local vai tentar remover os ocupantes de forma pacifica. Se o local já está destinado para ser local de votação, não pode ser realizada a votação com ocupação lá. É um local de segurança, as urnas pernoitam com policiamento no local. Para o local ser mudado deverá ter autorização do presidente do TRE — afirmou Rubioli.
MATÉRIAS RELACIONADAS:
Alunos ocupam Colégio Agrícola de PG.
Justiça nega reintegração de posse de escolas.
Alunos ocupam o Col. Barão de Capanema.
Justiça aceita pedido de reintegração de posse do Col. Agrícola em PG.
Governo decide acionar Conselho Tutelar e decreta recesso escolar.
Estudantes ocupam campus de Irati da Unicentro.
Pais e alunos opinam sobre ocupação de escolas da Rede Estadual.
Ocupação atinge mais da metade dos Colégios Estaduais de Guarapuava.
Mais dois colégios são ocupados em Prudentópolis.
Justiça autoriza reintegração de posse na UEPG.
Adolescente morre dentro de escola estadual ocupada no PR.
Colégio ocupado volta a ter aulas em Irati.
Suspeito pela morte de aluno em escola é preso em Curitiba.
Justiça autoriza reintegração de posse de 21 escolas de PG.
Em protesto contra PEC 241 e reforma do Ensino Médio, estudantes da UFPR ocupam prédio da Reitoria.
Após morte de colega, estudantes decidem desocupar escola em Curitiba.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS.
OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.