By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: TV Asa
"Tudo começou com um sabonete", lembra Severina - mais conhecida como dona Linal. "Nós conversamos numa vaquejada, que foi em setembro de 1945, e no outro dia ele levou um sabonete para mim. Ficamos namorando, depois acabamos. Eu ainda não gostava tanto dele. Pensei que era algo passageiro. Eu era muito nova e ele também. Ele foi me conquistando aos poucos", conta.
Uma festa foi realizada para comemorar os 70 anos de casamento. A celebração ocorreu na fazenda Jaburú, onde o casal reside desde 1955. Durante a comemoração, Henrique e Severina ouviram depoimentos dos filhos e renovaram os votos. Na missa, eles tiveram as alianças abençoadas.
"Estou satisfeito e agradeço a Deus por ainda estar vivo e presenciando toda essa alegria", relata Henrique. A alegria também tomou conta dos filhos do casal. "Estamos muito felizes. Só temos mesmo que agradecer a Deus por essa dádiva", diz Luiza Figueirôa, uma das filhas de Henrique e Severina.O início do relacionamento
Ao G1, a idosa relata que a família dela e de Henrique eram vizinhas, e que ela o via "quase toda semana". "A minha família e a dele se davam muito bem, mas eu não tinha a intenção de namorar com ele, até que a gente se encontrou na festa", revela. Em dezembro de 1945, o casal começou a namorar. Henrique falou com o pai de Severina e o casal noivou em janeiro de 1946, e em setembro, eles se casaram - um ano após a vaquejada.
O primeiro namorado da idosa foi um primo dela. Na época, ela tinha 14 anos. "Eu passei três meses com ele . Era um namorinho de escola, coisa besta", disse a idosa. O namoro com Henrique começou quando ela tinha 16 anos, e ele, 23. Ambos moravam em Gravatá do Ibiapina, distrito de Taquaritinga do Norte.
Na primeira conversa com Henrique, Severina lembra de um detalhe: ela estava usando uma fita vermelha - que marcou o início do relacionamento. Na época, a idosa tirou a fita e colocou no freio do cavalo do jovem, que estava com 23 anos. " Foi para seduzir o namorado, né?", brinca o aposentado.
Vida pós-casamento
Assim que casaram, Henrique e Severina foram morar no sítio Catolé, também na zona rural de Taquaritinga do Norte. Lá, nasceram sete filhos. Em 1955, eles se mudaram para a fazenda Jaburú, onde ainda moram. Na fazenda, o casal teve outros sete filhos. Dos 14 descendentes, dois morreram.
"Foi tudo muito sacrificado. Eu trabalhava em casa e Henrique, na enxada. Mesmo assim, todos os nossos filhos foram para a escola. Naquele tempo, as crianças aprendiam a ler e escrever com a cartilha do ABC. E eu ensinava a todos eles em casa. Depois, foram estudar em Taquaritinga. Eu e Henrique, com muito sacrifício, compramos uma casinha na cidade para os nossos filhos estudarem. A gente passava a semana lá e voltávamos para a fazenda nos fins de semana", detalha Severina.
Também para fazer com que os filhos continuassem na escola, havia momentos nos quais Henrique e Severina trocavam ovos de galinha por materiais escolares, como lápis, borracha e cadernos.
A força de vontade deu certo. Seis filhos do casal conseguiram diploma em uma universidade - das 10 mulheres, três são professoras. Ao G1, a idosa diz que "amor de velho não tem graça" e ainda revela o segredo para ficar casada com uma pessoa por tanto tempo. "O nosso segredo é que, graças a Deus, ele [Henrique] toda a vida foi fiel. Eu nunca soube que ele tivesse arrumado alguma namorada durante o casamento. Ele viveu para o trabalho e para a casa. Sempre [estivemos] unidos. Nunca nos deixamos e vivemos até hoje", ressalta.
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