segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Bolsa Pódio chega ao fim e atletas pedem que benefício seja renovado para o próximo ciclo



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: EXTRA Imagem: Divulgação


O investimento recorde feito pelo Governo Federal na preparação de atletas brasileiros nos últimos anos colaborou para que o país atingisse sua melhor participação em Jogos Olímpicos na história, com seis ouros até agora. Embora aquém da meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do Brasil, que previa um lugar entre os dez primeiros no quadro de medalhas, os resultados podem ser considerados expressivos. O futuro, porém, é rodeado de incertezas. Com o fim da Rio-2016, 220 esportistas de alto rendimento devem deixar de receber a Bolsa Pódio, a mais alta categoria da Bolsa Atleta, cujo valor varia entre R$ 5 mil e R$ 15 mil por mês.
— O programa é fundamental para que os atletas se mantenham no topo — afirma Felipe Wu, prata no tiro esportivo: — Recebi a última parcela prevista agora, mas espero que não termine. Faço um apelo para que mantenham. Todos os atletas gostariam muito que o benefício fosse renovado.
No último ciclo olímpico, entre 2012 e 2016, o Governo Federal injetou cerca de R$ 413 milhões em todos os níveis do Bolsa Atleta — um investimento 126% superior ao feito para Londres-2012, quando o aporte foi de R$ 183 milhões. Os resultados são visíveis. Entre os 465 brasileiros classificados para os Jogos, 77% são beneficiados pelo programa. Das 18 medalhas do país no Rio, apenas no ouro da seleção masculina de futebol e no bronze de Maicon Siqueira, do taekwondo, não há dinheiro do Bolsa Pódio.
E de acordo com o ex-nadador Luiz Lima, secretário de esporte de alto rendimento do Ministério do Esporte, há chance de o apelo dos atletas ser atendido.
— A vontade é de manter o programa. Sabemos da importância desse apoio. Em outubro, vamos discutir as novas diretrizes e, se tudo der certo, um novo edital será lançado para renovarmos o incentivo para o novo ciclo.
Forças Armadas se tornam porto seguro
Enquanto segue a indefinição sobre o Bolsa Pódio, muitos atletas se agarram a uma fonte que, em vez de secar, jorra mais dinheiro a cada ciclo olímpico: as Forças Armadas do Brasil. Ao todo, 145 militares representaram o país na Rio-2016: cerca de 30% da delegação. E os resultados impressionam. Das 18 medalhas conquistadas, 12 — 66% — foram por atletas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
— Sem esse apoio, eu certamente não teria chegado a essa medalha de ouro — afirma o campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, que, aos 22 anos, é terceiro sargento da Aeronáutica.
Os atletas começaram a ser recrutados pelas Forças Armadas em 2008, para os Jogos Mundiais Militares de 2011. Desde então, o Programa Atletas de Alto Rendimento cresceu. Atualmente, o investimento gira em torno de R$ 18 milhões ao ano, mas deve aumentar.
— É um recurso essencial. No caso do judô, por exemplo, um quimono custa cerca de R$ 1.500, e nós precisamos de quatro deles para participar de uma competição — explica Rafaela Silva, medalha de ouro no Rio.
Para se tornar um militar temporário, por um período de oito anos, o atleta se candidata por meio de um edital. Aceito, entra com a patente de terceiro sargento e salário em torno de R$ 3 mil.
O número de militares nos pódios da Rio-2016 chamou a atenção por uma peculiaridade: a continência. O gesto é controverso. Embora não haja objeção por parte do Comitê Olímpico Internacional, muitos patrocinadores não aprovam a atitude.
— Quem critica não sabe nem o que significa a continência — defende Wu.

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.