By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
A primeira parada da manicure foi no Hospital Getúlio Vargas Filho, conhecido como Getulinho, no bairro do Fonseca. Lá ela foi informada que a unidade hospitalar não tinha equipamentos para fazer o atendimento e pediram para que ela procurasse uma UPA no mesmo bairro. Ao chegar na unidade, a criança foi examinada e a médica diagnosticou como “acúmulo de cera”.
“A médica examinou a Rayssa e disse que ela estava com cera. Segundo a médica, era isso a causa da dor. Ela falou que tinha muita cera e passou um remédio para aliviar a dor e outro para expulsar a cera. Ela aplicou o remédio na minha filha e me deu uma receita para comprar outro medicamento na farmácia”, contou a mãe.
Mesmo após receber o atendimento médico, a filha de Kelli não parou de chorar. Quando estavam voltando para casa, a criança falou para a mãe que algo teria estourado dentro o ouvido. Ao chegar em casa, a mãe descobriu – com uma lanterna de celular – que um inseto estava dentro do ouvido de sua filha.
“Quando estávamos andando na calçada indo para casa, minha filha começou a chorar muito e disse que algo tinha explodido dentro do ouvido dela. Eu pedi para ela se acalmar e deixar o remédio fazer efeito até a cera sair. Quando eu cheguei em casa, botei a lanterna do celular no ouvido dela e vi uma asa ou uma pata. O bicho se movimentou dentro do ouvido dela e eu fui para outro hospital”, disse.
Médicos recusam atendimento
Kelli de Paulo tentou então socorro no Hospital Azevedo Lima, também em Niterói, após descobrir que o inseto estava dentro do ouvido da filha. Porém, as pessoas que realizavam o atendimento não quiseram examinar a criança e afirmaram não ter o inseto, de acordo com informações da família da paciente.
“No Azevedo Lima ninguém queria atender ela. Ai meu marido falou que a gente ia ser atendido e a enfermeira botou ela pra dentro do hospital. Depois de um tempo, a enfermeira falou que ia encaminhar ela pro Souza Aguiar [no Rio de Janeiro] porque não tinha recurso para atender minha filha. Os médicos diziam que não tinham bicho no ouvido dela. Só colocaram ela pra dentro porque começou a sangrar, o sangue começou a descer e eu fiquei desesperada”, afirmou Kelli.
Após uma avaliação, funcionários do hospital decidiram transferir a paciente por não ter recursos para realizar o procedimento. Depois de uma hora aguardando a transferência, uma conhecida de Kelli ofereceu uma consulta em uma clínica particular da cidade.
“Eu fiquei uma hora e 20 minutos esperando o encaminhamento pro hospital do Rio. A minha comadre me ligou falando de uma clínica particular. Ela ficou preocupada e pagou a consulta de R$ 300. Na clínica, o médico disse que tinha um corpo estranho. Quando ele tirou era um besouro e ainda estava vivo. Se minha comadre não se mobilizasse, minha filha poderia estar lá até agora e podia ter perdido parte da audição, o médico disse que era possível”, disse.
O G1 questionou a secretaria estadual de Saúde sobre os atendimentos no Hospital Azevedo Lima e na UPA. A coordenação da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Fonseca informa que a paciente foi diagnosticada com uma inflamação e, segundo o órgão, foi liberada com orientações para que procurasse um especialista (otorrinolaringologista).
No Azevedo Lima, ainda segundo a assessoria, ela foi avaliada por um pediatra, porque a unidade não oferece atendimento em otorrinolaringologia. Ela estaria em processo de transferência, mas os pais da menina optaram por não esperar mais.
A secretaria municipal de Niterói, responsável pelo Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, informou que a paciente foi atendida com queixa de dor de ouvido. Segundo a médica que atendeu a criança, ela não apresentava febre ou qualquer outro sintoma que indicasse um procedimento de urgência e orientou a mãe que procurasse um serviço de referência em otorrinolaringologista. A secretaria de Saúde disse ainda que lamenta o ocorrido e que vai apurar a conduta da profissional e a forma como o protocolo foi adotado.
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