By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: R7 – Imagem: Divulgação
O dólar fechou no nível mais alto na história nesta terça-feira (22), no patamar de R$ 4,05, catapultado pelas incertezas sobre a situação fiscal e turbulências políticas no Brasil e pela perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos ainda neste ano.
No dia, a moeda norte-americana avançou 1,83%, a R$ 4,0538 na venda, superando o recorde anterior de R$ 3,99, de outubro de 2002. Na época, a moeda norte-americana foi impulsionada, entre outros, pelas perspectivas de que o então candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria eleito, algo que não agradava o mercado financeiro.
Na máxima dessa sessão, o dólar alcançou R$ 4,0681, recorde histórico intradia e, desde o início do ano, acumula avanço de 52,47%.
"[O dólar] vai continuar subindo, sabe-se lá até onde", disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues. "O problema é a falta de credibilidade, o ambiente de incertezas. Não há leilão que segure", acrescentou, referindo-se às intervenções do Banco Central.
No curto prazo, a maior preocupação dos investidores é que o Congresso Nacional derrube o veto ao reajuste dos servidores do Judiciário, dificultando ainda mais o ajuste das contas públicas. As preocupações seguiram fortes mesmo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, defender na véspera que esse veto deveria ser mantido.
A incerteza fiscal alimentou apostas de que o País poderia perder o selo de bom pagador por outras agências de classificação de risco além da Standard & Poor's. Nesta manhã, porém, o analista da Moody's Mauro Leos afirmou que o Brasil ainda está em condição melhor do que países que perderam o selo de bom pagador.
"Essas dificuldades que o governo enfrenta no Congresso deixam o País quase ingovernável do ponto de vista fiscal", disse o operador da corretora SLW, João Paulo de Gracia Correa.
O panorama externo tampouco ajudou o ânimo dos investidores. O dólar subia globalmente após uma série de integrantes do Federal Reserve, banco central norte-americano, ressaltarem na véspera que podem dar início ao aperto monetário ainda neste ano, depois de postergar na semana passada esse movimento em meio a preocupações com a economia global.
O salto da moeda dos EUA também deu força às apostas nas mesas de câmbio de que o BC pode ampliar ainda mais sua intervenção, uma vez que cotações mais altas tendem a pressionar a inflação já elevada.
Na véspera, o BC realizou leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, mas o dólar ainda marcou o segundo maior fechamento contra o real na história. Mas não fez nesta sessão.
"(Resta) ao BC achar alguma saída para conter a desvalorização do real, pois leilão de linha não faz mais preço", escreveu o operador da corretora Correparti, em nota a clientes, Guilherme França Esquelbek.
O BC deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em outubro, vendendo a oferta total de até 9.450 contratos, equivalentes à venda futura de dólares. Ao todo, já rolou o equivalente a US$ 6,740 bilhões, ou cerca de 71% do lote total, que corresponde a US$ 9,458 bilhões.
Foram vendidos 1.350 contratos para 2 de janeiro de 2017 e 8.100 contratos para 3 de abril de 2017. Até a véspera, o BC vinha ofertando contratos para 1º de dezembro de 2016, em vez dos swaps para janeiro de 2017.
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