By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Paulo Henrique Sava (Rádio Najuá) – Imagem: Élio Kohut
(Intervalo da Noticias)
A Universidade Estadual do Centro – Oeste – Unicentro – e mais três
instituições de Ensino Superior públicas do estado do Paraná podem
fechar suas portas ainda em fevereiro. O corte de verbas de custeio das
universidades, anunciado pela Secretaria de Estado da Fazenda, está
sendo anunciado como principal motivo da paralisação das instituições.
O
reitor da Unicentro, Professor Aldo Nelson Bona, participou por
telefone do programa Meio Dia em Notícias desta sexta-feira, 20. Ele
destacou que a situação das universidades se agravou depois da
publicação de uma resolução da Secretaria de Estado da Fazenda na edição
do Diário Oficial do dia 06 de fevereiro, que corta totalmente os
recursos de custeio das universidades.
De acordo com o reitor, a Lei Orçamentária Anual de 2015, aprovada
no final de 2014 pela Assembléia Legislativa, previa um montante de
R$124 milhões para todas as universidades em recursos de custeio.
Destes, segundo Aldo, R$13 milhões seriam destinados para a Unicentro,
mas a resolução da Secretaria de Fazenda reduziu estes recursos a zero.
Com isso, as universidades, de acordo com o reitor, ficariam sem receber
recursos de custeio durante o ano todo.
“No
caso da Unicentro, que é uma instituição que tem poucos funcionários
efetivos no seu quadro de pessoal, muitos dos serviços desenvolvidos na
instituição são prestados por estagiários ou por pessoal terceirizado.
São empresas de terceirização de serviços que dão conta, por exemplo, de
toda a limpeza, manutenção e vigilância. Sem o recurso de custeio, nós
não temos condição de pagar esta terceirização dos serviços e nem os
estagiários”, comentou.
Neste sentido, Aldo
informou que, caso não haja nenhuma mudança de posicionamento do Governo
do Estado diante do custeio das universidades, estagiários e
terceirizados da Unicentro serão dispensados a partir da próxima
sexta-feira, dia 27.
“Uma vez estas pessoas
dispensadas, a Universidade não tem como manter seu funcionamento porque
não tem quem realize grande parte dos serviços administrativos, como é o
caso dos estagiários, e não tem quem realize todo o serviço de limpeza e
vigilância e uma grande parte, quase a totalidade, dos serviços de
manutenção”, comentou Aldo.
Outras instituições também podem fechar
De
acordo com Aldo, além da Unicentro, instituições como a UNESPAR, a UENP
e a Unioeste também terão que dispensar seus estagiários e funcionários
terceirizados. O reitor e presidente da APIESP disse que protocolou
junto à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, à Secretaria de
Fazenda e à Casa Civil um documento explicando a gravidade da situação.
Em
reunião com os reitores no último dia 06, o Secretário de Fazenda Mauro
Ricardo Costa afirmou que, se a situação financeira do estado continuar
ruim, não terá como repassar a verba de custeio para as universidades.
“Houve
uma liberação de R$10 milhões, que foi rateado entre as universidades
para pagamento do PASEP, que é um tributo que, se a universidade não
paga, bloqueia todas as contas do estado e não somente da universidade”,
destacou.
Aldo afirmou, no entanto, que este
recurso não paga o PASEP do ano todo, ou seja, a rigor, as universidades
estão sem nenhum recurso de custeio.
De
acordo com o reitor, desde a reunião com o secretário de fazenda, as
universidades passaram a negociar suas reivindicações diretamente com o
governador Beto Richa.
“Nós acreditamos que o
governador deva ter um entendimento diferente deste assunto, um
entendimento mais sensível ao problema do que teve o secretário de
fazenda, e acreditamos que, sendo ele o governador, determinará ao
secretário de fazenda que o problema das universidades seja reavaliado,
porque, de fato, a universidade não conseguirá manter suas atividades se
esta resolução da Secretaria de Fazenda não for revista”, afirmou.
Ao todo, segundo Aldo, somente da Unicentro serão dispensados 550 trabalhadores, entre estagiários e terceirizados.
Além
disso, de acordo com o reitor, estudantes que recebem bolsas com
custeio da Unicentro terão seus benefícios suspensos. Caso a situação se
reverta, Aldo afirmou que o pagamento será feito com atraso no mês de
março, sem maiores prejuízos. Apenas aqueles que recebem bolsas da
CAPES, CNPq ou de outros órgãos de fomento do Governo Federal terão seus
pagamentos normalmente.
Déficit da Unicentro chega a quase R$7 milhões
Sobre
as dívidas com fornecedores, que já vem sendo acumuladas desde o ano
passado, Aldo ressaltou que parte delas foi quitada. “Na verdade, a
universidade ainda está em débito com grande parte dos fornecedores. No
ano passado, o débito maior estava relacionado a obras. Hoje, nós
devemos um maior número de recursos para fornecedores de equipamentos e
materiais para a universidade”, declarou.
Aldo
ressaltou que o problema do custeio da Unicentro vem se arrastando desde
junho do ano passado. Do orçamento de 2014, previsto inicialmente para
ser de R$11 milhões de custeio para a instituição, o governo repassou
somente pouco mais de R$5 milhões, o que gerou um déficit na instituição
de R$7 milhões.
“Sem o dinheiro do ano
passado e sem o dinheiro deste ano, nós não temos nem condições de
assegurar o pagamento das bolsas do mês de fevereiro”, destacou.
Apoio dos parlamentares
De
acordo com Aldo, as universidades ainda não procuraram apoio dos
deputados estaduais e federais porque estão tentando resolver a situação
de maneira administrativa com o governo do estado. Caso até o fim da
tarde da próxima segunda-feira, dia 23, não haja uma solução para o
problema e nenhuma audiência seja marcada com o governador Beto Richa, a
Unicentro passará a cobrar um envolvimento das lideranças políticas da
região.
“Estamos na última instância da
negociação administrativa, se ela não surtir efeito, aí nós vamos para a
negociação política e para o envolvimento de toda a comunidade. Faremos
reuniões com a sociedade civil organizada no sentido de mobilizarmos a
sociedade em defesa deste patrimônio do interior do Paraná, as
universidades estaduais, que representam toda esta perspectiva de
desenvolvimento do estado”, comentou.
O
prefeito de Irati, Odilon Burgath, entrou em contato com o reitor da
Unicentro e prestou todo o apoio do município à instituição. “Como
município e cidade universitária, estamos atentos ao problema, somos
solidários e,nos atos políticos e aquilo que for necessário para que nós
preservemos a nossa Unicentro, a Prefeitura de Irati vai fazer o que
estiver ao seu alcance”, comentou.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR
A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.