By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rádio Najuá – Imagem: Ique Esteves
O centenário de nascimento da beata Maria Rita de Sousa Brito Lopes
Pontes, popularmente conhecida como Irmã Dulce, é o ponto de partida de
um filme que pretende resgatar a trajetória da religiosa.
As
últimas cenas de "Irmã Dulce" foram gravadas neste domingo (25),
durante uma grande missa campal em frente ao Santuário da Bem-aventurada
Dulce do Pobres, em Salvador (BA). Por sua dedicação aos pobres, a
religiosa era chamada também de "Madre Teresa de Calcutá brasileira".
Ela pode ser a primeira mulher nascida no país a se tornar santa.
O
ato religioso desde domingo, além de fazer parte do longa, deu início à
comemoração do centenário, que incluirá outras homenagens.
Após
40 dias de gravações nos mesmos locais percorridos por Irmã Dulce, a
maioria na capital baiana, as cerca de 100 pessoas que trabalham no
filme esperam iniciar a edição nesta semana para lançá-lo no próximo mês
de outubro, informaram à agência EFE os produtores.
"Será um filme carregado de emoção e, ao mesmo tempo, profundo e atual, já que discutirá as contradições da sociedade brasileira e também as qualidades que nos definem: fé, alegria e obstinação", disse o diretor do filme, Vicente Amorim. Antes, ele fez "O caminho das nuvens" (2003), "Um homem bom" (2008) e "Corações sujos" (2011).
Amorim
diz que a poderosa personalidade e a história da religiosa garantem "um
filme de enorme importância artística sobre a ordem, o caos e o que
surge do encontro entre ambos [os religiosos]".
Nascida
em Salvador, no dia 26 de maio de 1914, a religiosa da Congregação das
Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, que morreu
nesta mesma cidade no dia 13 de março de 1992, foi beatificada pelo papa
Bento XVI em maio de 2011.
Em processo de
canonização por seus milagres, a Irmã Dulce já pode se transformar na
primeira brasileira de nascimento a se tornar santa, já que Paulina do
Coração Agonizante de Jesus, até agora a única santa do país, nasceu na
Itália.
Assim como Madre Teresa, a Irmã Dulce
também entregou sua vida aos mais necessitados e desenvolveu uma
importante obra social na Bahia, onde fundou vários hospitais de
caridade e uma rede de apoio social que dirigiu até sua morte, aos 77
anos.
Seu legado inclui uma rede de hospitais e
centros de saúde para os mais pobres, que atende cerca de 5 milhões de
pessoas por ano, e o Centro Educativo Santo Antônio (CESA).
Seu
humanismo e suas obras de caridade fizeram com que José Sarney, o então
presidente do Brasil, a postulasse ao Prêmio Nobel da Paz em 1988.
O
milagre comprovado durante a beatificação ocorreu em 2001, quando uma
devota sofreu uma grave hemorragia durante um parto, ficou em coma e os
médicos lhe deram poucas horas de vida.
Um
sacerdote que sabia de sua devoção pela Irmã Dulce decidiu orar por sua
melhora e, em poucas horas, a paciente se recuperou. Aliás, dois dias
depois, ela deixou o hospital na companhia de seu bebê e sem que os
médicos pudessem explicar o ocorrido.
A Irmã
Dulce foi declarada venerável pelo Vaticano em 2009 e, um ano depois,
quando seu corpo foi exumado para ser transferido à catedral de
Salvador, o corpo da beata estava intacto e naturalmente mumificado,
fato que foi interpretado como um sinal de santidade.
"Os
temas do filme são de uma atualidade assustadora. Em dias tão violentos
como os de hoje, a mensagem da Irmã Dulce nos mostra que, se houvesse
mais amor, tudo seria mais fácil", assegurou a atriz Bianca Comparato,
que dá vida à religiosa durante sua juventude.
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