By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Catiana Calixto (RPC TV) – Imagem: Isabel Pereira da Cruz
Após receber denúncias, o Ministério Público do Trabalho do Paraná (MPT) e o Conselho Tutelar constaram, em flagrante, que uma carvoaria mantinha adolescentes em regime de trabalho análogo à escravidão no distrito de Palmeirinha, em Guarapuava, na região central do Paraná.
O MPT-PR informou que as condições de trabalho dos jovens são consideradas degradantes. O flagrante foi realizado no dia 22 de outubro pela equipe do Conselho Tutelar de Guarapuava. Assim que a equipe chegou ao local, três adolescentes fugiram e apenas um jovem, de 17 anos, permaneceu no local e repassou informações aos conselheiros.
Segundo a presidente do Conselho Tutelar do município, Adriana Fátima de Campos, após receber a solicitação de averiguação por parte do MPT-PR, os conselheiros foram ao local com reforço policial. “Ao chegar lá, constatou-se que se trata de um ambiente de trabalho sem nenhuma condição de saúde e higiene. Não tem banheiro, é um local totalmente nocivo. Os trabalhadores ficavam expostos ao calor e à fumaça”, contou ao G1.
Campos disse que, de acordo com os relatos do menor de 17 anos que aceitou informar os conselheiros e a Polícia sobre as condições de trabalho na carvoaria, há outros trabalhadores no local que não são menores de idade, mas que passam pelas mesmas condições de trabalho análogo à escravidão.
“Os trabalhadores não tinham registro em carteira e trabalhavam em condições péssimas. Segundo relatos, os trabalhadores recebiam R$ 20 para enfornar o carvão e mais R$ 20 para retirar o carvão do forno. Isso é muito pouco, ninguém faria isso por esse valor”, diz a presidente. Os trabalhadores disseram também que começavam a trabalhar às 7h e não tinham horário para sair.
A presidente do Conselho disse que não foi possível confirmar a idade dos três jovens que fugiram no momento do flagrante, e que a informação de que também eram menores de idade foi repassada pelos outros trabalhadores.
O adolescente que aceitou falar com os fiscais foi encaminhado ao Centro de Referência em Assistência Social (Cras) de Guarapuava, para que seja assistido e que tenha condições de voltar a estudar e a buscar qualificação para ser inserido no mercado de trabalho formal, informou o MPT-PR. Os proprietários da carvoaria, assim que forem localizados, vão responder por explicação de trabalho infanto-juvenil em condições de escravidão.
Ainda segundo Campos, o endereço do proprietário da carvoaria foi informado, mas ele não foi encontrado em casa, caso contrário, teria sido preso em flagrante. O caso foi encaminhado à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.
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