By: INTERVALO DA NOTICIAS
Há oito anos, Joel Candeo dos Santos sofreu um acidente de moto numa via
rural no município de Rebouças enquanto voltava da lavoura. O choque
frontal com um veículo em alta velocidade fraturou seu fêmur em duas
partes. Após passar pelo processo cirúrgico, Santos recebeu a notícia
que a fratura não se calcificou como deveria e, sem a colocação de uma
prótese, ele não poderia mais firmar a perna lesionada no chão. Recebido
alta do hospital, Santos voltou para sua rotina – agora aposentado por
invalidez. “Não poder mais trabalhar foi o mais difícil do processo.
Mexi com lavouras a minha vida toda e, de uma hora para outra, fui
‘obrigado’ a parar”, conta. Sem condições de adquirir uma prótese e
procurar um atendimento especializado, Santos encontrou conforto e apoio
moral em Deus e nos mais próximos. “Se não fosse a fé e essas pessoas,
tudo seria muito mais difícil”.
Cuidados Continuados
Casos como o de Santos se repetem por todo o país. São mais de 13 mil deficientes motores de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). Dentre tantos, os que se acidentaram, na maioria das vezes, recebem alta no hospital e regressam para suas casas sem auxílio psicológico ou fisioterápico. Além disso, o número de pessoas com mais de 60 anos cresce exponencialmente – parcela da sociedade na qual quedas e fraturas são comuns. Pensando nisso, a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) estruturou – em parceria com o Ministério da Saúde – o projeto Cuidados Continuados Integrados no Paraná. O intuito é criar uma unidade hospitalar capaz de dar um suporte especializado para pessoas que receberam alta no hospital, mas não têm condições psicossociais de voltar para casa – por algum tipo de dependência funcional ou falta de autonomia. O município de Rebouças será a cidade contemplada com a unidade. Esta ação é pioneira no país e acontece simultaneamente a outras três – em Cuiabá (MT), Franca (SP) e Teresina (PI). O projeto iniciou-se oficialmente na última quarta-feira (17) em Irati.
A ideia surgiu com pessoas envolvidas num projeto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo que buscava melhorias na gestão de hospitais filantrópicos do estado de São Paulo.
Casos como o de Santos se repetem por todo o país. São mais de 13 mil deficientes motores de acordo com o Censo 2010 do Instituto Brasileiro Geografia e Estatística (IBGE). Dentre tantos, os que se acidentaram, na maioria das vezes, recebem alta no hospital e regressam para suas casas sem auxílio psicológico ou fisioterápico. Além disso, o número de pessoas com mais de 60 anos cresce exponencialmente – parcela da sociedade na qual quedas e fraturas são comuns. Pensando nisso, a Secretaria Estadual de Saúde (SESA) estruturou – em parceria com o Ministério da Saúde – o projeto Cuidados Continuados Integrados no Paraná. O intuito é criar uma unidade hospitalar capaz de dar um suporte especializado para pessoas que receberam alta no hospital, mas não têm condições psicossociais de voltar para casa – por algum tipo de dependência funcional ou falta de autonomia. O município de Rebouças será a cidade contemplada com a unidade. Esta ação é pioneira no país e acontece simultaneamente a outras três – em Cuiabá (MT), Franca (SP) e Teresina (PI). O projeto iniciou-se oficialmente na última quarta-feira (17) em Irati.
A ideia surgiu com pessoas envolvidas num projeto da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo que buscava melhorias na gestão de hospitais filantrópicos do estado de São Paulo.
Segundo o professor do departamento de Medicina Social da faculdade e coordenador do projeto, Paulo Carrara de Castro, durante a pesquisa foi
observado que muitos dos hospitais ofereciam serviços que não estavam
adequados à demanda da população. “Desenvolvemos esse projeto para
suprir essa demanda e, ao mesmo tempo, desafogar os hospitais dos
grandes centros – equilibrando a quantidade de internações com hospitais
subutilizados nos municípios do interior”, diz. Atualmente, dos 412
hospitais existentes no Paraná, 293 tem menos de 50 leitos. Geralmente,
eles são responsáveis por atendimentos básicos que poderiam ser
resolvidos em unidades da saúde da família. Além disso, muitos enfrentam
problemas financeiros, devido à baixa ocupação dos leitos e a baixa
complexidade dos serviços oferecidos.
Para suprir a defasagem de conhecimentos técnicos no país, a organização do projeto estruturou seminários e palestras sobre o tema com profissionais de diversos países, especializados no assunto. O superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde, Paulo Almeida, afirma que as referências foram buscadas na Espanha e Portugal. “Nós trouxemos esses profissionais justamente para mudar o modelo de atenção aplicado para certos tipos de pacientes. Hoje, o que nos preocupa são as condições crônicas – que predominam no paciente idoso – e esses palestrantes possuem experiências que vem para agregar informações para o projeto”, afirma.
Para suprir a defasagem de conhecimentos técnicos no país, a organização do projeto estruturou seminários e palestras sobre o tema com profissionais de diversos países, especializados no assunto. O superintendente de Gestão de Sistemas de Saúde, Paulo Almeida, afirma que as referências foram buscadas na Espanha e Portugal. “Nós trouxemos esses profissionais justamente para mudar o modelo de atenção aplicado para certos tipos de pacientes. Hoje, o que nos preocupa são as condições crônicas – que predominam no paciente idoso – e esses palestrantes possuem experiências que vem para agregar informações para o projeto”, afirma.
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