quarta-feira, 15 de maio de 2019

A história em quadrinhos sobre retorno de Jesus à Terra que provocou a ira de grupos religiosos nos EUA


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BBC BRASIL Imagem: Divulgação

Uma história em quadrinhos protagonizada por Jesus Cristo deve chegar às bancas dos Estados Unidos em julho, depois de meses de polêmica, acusações de blasfêmia, ameaças e uma campanha online que resultou no cancelamento inicial da publicação da obra.
Na trama da série Second Coming ("Segunda Vinda", em tradução livre), Deus está decepcionado com o desempenho de Jesus em sua primeira passagem pela Terra, quando acabou crucificado, e ordena seu retorno.
Desta vez, Cristo vai dividir um apartamento de dois quartos com um super-herói chamado Sunstar, que usa a força e seus superpoderes para combater o mal.
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O Messias, por sua vez, prefere uma abordagem não violenta. Como passou os últimos dois milênios sem saber o que acontecia na Terra, Jesus fica chocado ao descobrir como os humanos distorceram sua mensagem.
"A história fala do retorno de Jesus Cristo à Terra sob ordem de seu Pai, para que possa aprender a se defender com o maior super-herói do mundo", diz à BBC News Brasil o autor, Mark Russell.
"Mas o que acontece é que eles desenvolvem uma amizade improvável e o super-herói começa a entender como a abordagem (não violenta) de Cristo, apesar do fato de ter feito com que fosse crucificado (da primeira vez), é mais relevante do que seus superpoderes para resolver os problemas atuais."
Polêmica
Quando foi anunciado, em julho de 2018, o projeto não ganhou muita atenção fora do mundo dos quadrinhos. O lançamento estava inicialmente previsto para março deste ano, pelo selo Vertigo (de Sandman, Preacher, Fables) da DC Comics (editora de Batman e Super-Homem). O roteiro é de Russell, com ilustrações de Richard Pace e capa ilustrada por Amanda Conner.
Mas em janeiro, seis meses depois do anúncio, a notícia começou a chamar a atenção de sites religiosos. No dia 7 de janeiro, o site Christian Headlines (Manchetes Cristãs) publicou um texto com o título "Jesus é o próximo Super-Herói da DC Comics".
A notícia ressaltava que, "contrariando o que dizem as Escrituras, o livro irá apresentar Jesus como tendo limitações em seu conhecimento e capacidades". Citava também uma entrevista que Russell havia dado meses antes ao site de cultura pop Bleeding Cool, em que disse acreditar que Jesus era mal representado nas congregações dos dias atuais.
No dia seguinte, a notícia chegou ao site CBN News, da Christian Broadcasting Network (Rede de Radiodifusão Cristã), com o título "DC Comics transformou Jesus em um novo super-herói - mas há um grande problema". O texto afirmava que Second Coming "está mais para blasfemo do que para bíblico".
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O CBN News também citava trechos da entrevista de Russell ao Bleeding Cool em que dizia que a série é sobre Jesus "ficando chocado com o que vê que foi feito em seu nome", que "a religião cristã não se baseia realmente no que ele ensinou, particularmente as grandes igrejas evangélicas modernas" e que "(essas igrejas) o têm mais como um mascote em camisetas, para provar que estão no time que está ganhando".
De lá, a notícia pulou para a rede conservadora Fox News, e logo uma campanha na CitizenGO, uma plataforma de petições online que diz promover "vida, família e liberdade", pedia que a DC Comics cancelasse a publicação da série. O texto da petição dizia que "a DC Comics irá lançar uma nova série ultrajante e blasfema" e perguntava: "Você consegue imaginar o barulho no meio político e na mídia se a DC Comics estivesse alterando e zombando da história de Maomé ou Buda?"
A petição reuniu mais de 235 mil assinaturas. Russell e o ilustrador Richard Pace começaram a receber insultos e ameaças online. Em 13 de fevereiro, a DC Comics cancelou a publicação.
Nova editora
Russell diz à BBC News Brasil que não esperava que a história fosse provocar tanta polêmica antes mesmo de ser publicada. "Suponho que fui ingênuo o suficiente de pensar que as pessoas iriam ler o livro antes de se sentirem ofendidas", observa.
"E você pode ter certeza, há pessoas que vão e devem se sentir ofendidas, mas entre todas as pessoas sendo zombadas nesse livro, Cristo não é uma delas", ressalta.
Russell acredita que muitas das pessoas que se sentiram ofendidas reagiriam de maneira diferente caso lessem a obra e salienta que não é Cristo o alvo de sua sátira. O quadrinista diz que seu livro é muito respeitoso às ideias de empatia e perdão pregadas por Cristo, mas não tanto em relação àqueles "que tentam usar Cristo como uma mascote para sua própria ganância e violência".
Confira AQUI a matéria completa.


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