terça-feira, 17 de julho de 2018

Após enfrentar bullying e dificuldades, menino de 11 anos é selecionado para o maior festival de dança do país


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: José Marcelo (G1)

Filho de empregada doméstica, Nailson Guimarães tem 11 anos e já enfrenta o preconceito na ponta dos pés. Ele faz ballet e encontrou na dança uma maneira de superar as dificuldades, fazendo o que mais ama que é dançar. O menino representará a região Nordeste no maior festival de dança do país, que acontecerá em Joinville, em Santa Catarina, entre os dias 24 e 28 de julho.
O mini bailarino contou da sensação de representar o Piauí e como aprendeu a dançar. “É uma alegria para mim, eu ter passado e mais ainda porque vou representar o meu estado. Eu comecei a aprender a dançar ballet vendo vídeos na internet. Então fui treinando em casa até entrar numa escola”, falou Nailson.
A dona Isabel é mãe adotiva de Nailson e empregada doméstica. Ela não mediu esforços para investir e acreditar no sonho do garoto. 
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"Trabalharia de sol a sol, só para ver o meu filho brilhar", declarou. 
“Eu faço de tudo pra manter o sonho dele. No inÍcio foi difícil por causa do preconceito, mas ele vivia dizendo ‘Mãe, é o meu sonho’. Então eu tive que apoiar porque eu não queria decepcionar meu filho, de criação, mas é meu filho. É o meu orgulho em tudo. Aos poucos e vendo ele dançar, eu fui me acostumando e hoje eu tenho o ballet como um esporte”, comentou dona Isabel.
Apesar da rotina de ensaios e de preparação, o mais dificultoso foi lidar com o preconceito. Com foco no sonho, o menino dá um passo à frente na dança e na discriminação. 
Nailson dança ballet há pouco mais de um ano e meio e já se tornou pioneiro no bailado. Ele é o primeiro bailarino da categoria Solo Masculino Neoclássico Infantil a representar o Piauí no Brasil afora. Além de percursor, a idade do garoto e o amor pela arte já orgulha os professores.  
“Toda equipe da escola, a gente enxerga um grande potencial no Nailson. Ele tem um físico promissor, tem um ouvido muito musical, é inteligente em captar o movimento com mais rapidez. Então, é um potencial que precisa ser desenvolvido mais ainda. Sabemos que é o início e tem um longo caminho pela frente. A dança se constrói com muita cautela. E o que o mais nos deixa satisfeito é o curto tempo de ballet que ele tem e a sua tão pouca idade”, disse Mariana Alves, uma das professoras do garoto. 
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A professora Mariana Alves deixou claro a admiração e o cuidado na carreira do Nailson. Segundo ela, conseguir uma vaga no Festival de Dança de Joinville além de não ser fácil, é um evento bastante criterioso em avaliar bailarinos. Enfatizou a importância da oportunidade que o menino está tendo. 
“Quando ele iniciou o ballet na nossa escola só tinha um mês de aula em outra instituição, mas antes disso ele já era aquela criança que dançava muito e sempre demonstrou para todos que queria ser artista. A nossa responsabilidade aumenta e os cuidados com seu desenvolvimento também. O festival de Joinville é o maior e mais rigoroso festival do país, reúne bailarinos de toda a América Latina e eu, enquanto bailarina, nunca tive a oportunidade que ele está tendo agora. Então, é de se festejar”, comentou a professora.
Nailson foi o único rapaz do Nordeste aprovado na edição do evento chamado ‘Meia Ponta’, onde irá concorrer como solista na sua categoria, com a coreografia da professora e bailarina Eline Costa, chamada 'Pirata'. A apresentação acontecerá no Teatro Juarez Machado, em Joinville, e já está na sua 36ª edição. Mariana Alves contou com muito entusiasmo.
“Na verdade somente dois rapazes foram aprovados na categoria dele, no festival todo. E ele é o único do Nordeste. Então, só quem é da dança sabe o quanto é relevante o festival. O que a gente quer é que ele vá ao palco com muita alegria, que brilhe em cena, que ele possa sentir essa vida bailarino porque ele vai lidar com muitos outros. São crianças, mas que levam muito a sério, encaram como uma profissão. Que ele conheça esse universo para depois dizer ‘É isso que eu quero’ e a gente continuar investindo no sonho dele”, falou a bailarina e professora. 
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A arte não somente está entre o solo e a sapatilha, o menino Nailson tem outras competências para o mundo artístico. Que brilhe a estrela e que viva, o artista. É nesse nível que o menino é visto pela orientadora e pela escola.
“Na dança, ele é uma jóia e precisa ser lapidada. Além de ter todas as aptidões voltadas para o ballet, ele tem o mais importante, que é o gosto pela dança e ele quer muito. Às vezes ele diz pra mãe: ‘Eu quero ser um palhaço, depois ele participo de aulas canto'. Então, a arte está na vida dele e que bom que a gente se encontrou”, finalizou Mariana Alves.
Preocupada com as despesas da viagem, a dona Isabel teve que pedir ajuda a parentes e amigos e felizmente conseguiu. 
“Eu me preocupei muito com a viagem dele, mas comecei a pedir ajuda à família, até a minha patroa me ajudou, ela levou a gente para o shopping e comprou algumas roupas de frio para ele”, disse Isabel.
Nailson Machado sonha em ser um bailarino profissional e se por ventura não for, ensinar, será o seu maior prazer. “Eu sempre quis ser bailarino, mas se eu não conseguir ser, vou me formar pra ser professor”, conclui Nailson.
 
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