By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC – Imagem: Rodrigo Brito (RPC)
O ex-governador do Paraná e pré-candidato ao Senado Beto Richa (PSDB)
falou nesta quarta-feira (16) sobre o interrogatório do principal
delator da Operação Quadro Negro e dono da construtora Valor, Eduardo
Lopes de Souza, que afirmou ter dado dinheiro de desvios para campanhas do político.
Richa, que participou de sabatina da Gazeta do Povo nesta quarta, nega
as acusações feitas pelo delator e diz ter partido dele o início da
investigação que apura desvios de R$ 20 milhões da construção e reforma
de escolas estaduais. "Não varri nada para baixo do tapete", afirma.
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Segundo ele, todos os suspeitos foram demitidos do governo após o
início da investigação. "Todos estão com bens indisponíveis para
ressarcimento integral aos cofres públicos do dinheiro desviado", diz.
Richa afirma também que "virou moda" no Brasil terceirizarem o problema
para "fugir das garras da Justiça". "Eu não recebi nenhum centavo desse
criminoso. Não sou ladrão como ele é. E não aceitaria jamais", aponta.
O ex-governador diz estar "absolutamente tranquilo" quanto às acusações e conta que espera que a justiça seja feita.
Áudios de ex-chefe de gabinete com construtor
Áudios entre o ex-chefe de gabinete do governo Richa, Deonilson Roldo, e um construtor que
teria interesse em participar de uma licitação do projeto de duplicação
da PR-323, indicam que o governo atuou na tentativa de direcionar a
licitação para a Odebrecht na obra, em 2014.
Investigado por Moro
O juiz Sérgio Moro assumiu, no sábado (12), as investigações sobre o ex-governador e determinou que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito contra ele para apurar o suposto favorecimento à Odebrecht na licitação da PR-323.
Na decisão, Moro afirmou que é dele a competência para julgar os fatos
relacionados à campanha a reeleição de Beto Richa em 2014 porque nesse
caso haveria suspeita de contrapartida com uma intervenção do governo do
estado na licitação para as obras na rodovia.
O que dizem os citados
As defesas de Maurício Fanini e Eduardo Lopes de Souza não quiseram se
manifestar. A reportagem não conseguiu contato com Deonilson Roldo nesta
quarta.
Em nota, na semana passada, ele disse que foi vítima de chantagem, que
não houve pedido de favorecimento, nem prejuízo ao estado, e que nunca
sugeriu direcionamento na licitação da PR-323.
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