By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA – Imagem: Bárbara Lopes
Em busca de lucros cada vez maiores, a Caixa Econômica
Federal adotou uma estratégia de enxugar o quadro de servidores e
reduzir o número de agências. De dezembro de 2014 até agora, o banco
cortou 15 mil funcionários, fechou 30 agências e já tem outras 100 no
radar. O levantamento é da representante dos trabalhadores no conselho
de administração do banco, Rita Serrano.
Há pouco
mais de duas semanas, a instituição lançou um programa de eficiência
para reduzir gastos e economizar R$ 2,5 bilhões. A medida atinge todo
tipo de despesas, como pagamento horas extras para funcionários, revisão
de contratos de aluguel, de prestação de serviços e até mesmo economia
com copinho de café, contou Rita. No Rio, a Caixa está mudando sua sede
da avenida Almirante Barroso para o Porto Maravilha.
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Segundo ela, o
banco também elevou juros, tarifas e só mais recentemente, reduziu taxas
para empréstimos habitacionais, com atraso em relação à concorrência.
Para Rita, a Caixa está cada vez mais parecida com um banco privado:
-
Banco público também tem que dar resultado, mas se ele é igual ao
privado, perde a razão de existir - destacou Rita, acrescentando que a
ideia é empurrar a população, sobretudo de baixa renda, para os
correspondentes bancários, como lotéricas, dificultando o processo a
bancarização e tornando o atendimento mais precário.
Ao
mesmo tempo em que corta gastos, a Caixa realiza amanhã um evento com
custo superior a R$ 10 milhões com caráter festivo para seis mil
empregados de todo o país, que ganharam passagens para vir à capital.
-
Para mim, isso é uma contradição - afirmou Rita, acrescentando que fez
questão de deixar sua posição contrária à realização do evento durante a
reunião do conselho de administração na semana passada.
- Responderam que era investimento, uma forma de motivar os funcionários - contou ela.
No
evento, o banco vai anunciar que a meta para o lucro de 2018 será de R$
9 bilhões e não mais R$ 7,3 bilhões, conforme fora projetado
anteriormente. Em 2017, o lucro do banco foi de R$ 8,7 bilhões (valor
que subiu para R$ 12 bilhões com a queda na provisão de gastos com plano
de saúde dos funcionários).
Para Rita, o banco tem outras maneiras de fixar metas sem ter que fazer um gasto milionário:
- Todo mundo já está trabalhando sob pressão por resultado.
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