sexta-feira, 23 de março de 2018

Malabarista que ganhou tênis em semáforo no AC vai cursar ciências sociais na Ufac


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação


O malabarista Júlio Henrique Cardeal Camargo, de 26 anos, que ficou conhecido após ganhar o tênis de um estudante no semáforo, deve cursar ciências sociais na Universidade Federal do Acre (Ufac). A foto da boa ação correu a web e emocionou os internautas.
Camargo é de São Paulo (SP) e chegou a Rio Branco há creca de um mês para se inscrever no curso. Ele tira o sustento do malabarismo e trabalha ao menos três horas por dia no sinal. Segundo ele, nos dias bons consegue arrecadar de R$ 80 a R$ 100. 
“Eu tava na Bahia e vim parar no Acre para me inscrever na Ufac e sempre trago meus malabares para fazer o sustento. Trabalho com o malabarismo desde 2011. Estou feliz aqui, feliz de saber que existe gente boa no mundo, que a solidariedade ainda existe”, afirma sobre os tênis que ganhou.
O gesto de solidariedade foi clicado no cruzamento das Ruas Omar Sabino e Avenida Ceará, no último dia 13 deste mês. Ao G1, a Ufac confirmou que Camargo foi aprovado e fez a matrícula institucional no Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). 
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No entanto, ele ainda deve fazer a matrícula curricular antes de o semestre começar ou perde a vaga. O semestre, segundo o calendário da Ufac, começa em 10 de abril. O estudante Elielton Ribeiro de Araújo, de 24 anos, é acadêmico do curso de segurança do trabalho, e estava a caminho da faculdade quando o sinal fechou e ele decidiu fazer a doação. 
Ao G1, a Ufac confirmou que Camargo foi aprovado e fez a matrícula institucional no Núcleo de Registro e Controle Acadêmico (Nurca). No entanto, ele ainda deve fazer a matrícula curricular antes de o semestre começar ou perde a vaga. O semestre, segundo o calendário da Ufac, começa em 10 de abril.  
Camargo contou ainda, que faz trabalhos comunitários na Comunidade Cinco Mil, onde atua se aprofundando na sagrada medicina da Ayahusca, o Santo Daime. Ele mora de favor na Colônia Luau onde foi acolhido, mas também faz massoterapia e escrita de projetos culturais. 
“Não estou pagando aluguel esses dias, vivo na casa de amigos e em comunidade. Todo mundo se ajuda, cozinha junto. O povo da arte na rua sempre se ajuda, se tiver comida eles compartilham”, relata. 
Reencontro
Após a repercussão, o estudante e o malabarista se reencontraram. Camargo afirmou que estava em um dia ruim e reclamava muito, pois não estava recebendo quase nada no sinal. Mas foi a ação do acreano que mudou tudo. Ele afirma que recebeu um presente e também ganhou um amigo. 
“Ele [Araújo] me chamou e me deu esse presente, achei incrível a atitude, a humildade dele. A capacidade de ajudar, de abrir o olhar para o artista de rua e valorizar esse trabalho”, destacou.  
O malabarista afirma que em nenhum momento pensou que um ato, que deveria ser comum, causaria tanta comoção. Ele disse que a atitude do estudante em compartilhar algo que ele tem sobrando foi o mais importante.
“Não imaginava que ia causar tudo isso, fui surpreendido, estava onde fui acolhido e fui pego de surpresa. Acho que isso tudo foi causado pela atitude de tirar o seu próprio sapato e ir com o tênis furado para casa para ajudar o irmão que estava precisando. Esse é o novo pensamento, não é acumular, é compartilhar, é a coletividade”, ressaltou.
Já Araújo disse esperar que a corrente do bem se espalhe e que outras pessoas também tenha atitudes como essa. “Espero cada pessoa que viu, que curtiu, que compartilhou, que se comoveu com essa ação faça mesmo”, afirmou. 

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