By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CORREIO BRAZILIENSE – Imagem: Ed Alves (CB/DA/Press)
Um grupo acusado de vender drogas para servidores públicos foi
preso na semana passada na Operação Delivery, da Polícia
Civil. A quadrilha mantinha um serviço de tele-entrega e possuia cerca
de 50 clientes fixos. Eles telefonavam ou trocavam mensagens por celular
com os traficantes, que entregavam a droga em frente aos edifícios. A
quadrilha, segundo a corporação, fornecia, principalmente, cocaína em
órgãos da administração pública, na Esplanada dos Ministérios. Os
investigadores detiveram 23 acusados.
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Segundo o
delegado-chefe da 5ª Delegacia de Polícia Civil (Área Central), Rogério
Henrique Oliveira, uma ex-estagiária da Procuradoria-Geral da
República, também detida, passava informações que ajudavam os clientes a
não serem descobertos "Ela dizia aos compradores como levar a droga
para dentro dos órgãos sem ser percebido e como era melhor carregar
pouca quantidade para não levantar suspeitas", explica.
Os
clientes, segundo Oliveira, são pessoas de alto poder aquisitivo. Entre
os presos, há, inclusive, o motorista do deputado federal Valadares
Filho (PSB/DF). Por telefone, a assessoria de gabinete do parlamentar
confirmou ao Correio que o servidor foi exonerado ainda nesta tarde.
"Até
pelo alto poder aquisitivo, eles não achavam que seriam presos. Então,
deixavam escapar as informações durantes as conversas, o que ajudou nas
nossas investigações", comenta. A cocaína era vendida por R$ 40 o grama.
O haxixe, por R$ 20. A polícia ainda não contabilizou quanto a
quadrilha lucrava.
O delegado afirma, ainda, que
alguns dos envolvidos participavam de outros crimes. Junto com um dos
detidos, a Polícia Civil apreendeu uma farda falsificada da Polícia
Militar, um revólver e até um cassetete com taser na ponta.
Um ano de investigações
As
investigações começaram em fevereiro do ano passado.Os suspeitos foram
localizados em diversas partes do Distrito Federal, a maioria na Vila
Planalto. Houve também mandados de busca e apreensão de dinheiro e
drogas. Até o momento, a Polícia Civil não finalizou o balanço do
quantitativo.
Apesar do longo tempo de
investigação, a Operação Delivery ainda está no início. A expectativa da
Polícia Civil é de que novos desdobramentos surjam ao longo das ações.
Alvos são os traficantes
Os
policiais conduziram os detidos em celas separadas, duplas ou trios
para a carceragem da 5ª DP, que coordena as investigações. Ao todo, 300
agentes de diversas delegacias participaram da ação. Por enquanto, a
Operação Delivery tem como alvo somente os fornecedores, e não os
clientes do tráfico.
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