sábado, 25 de fevereiro de 2017

Peça de teatro que encena sexo oral no papa João Paulo II é investigada na Polônia



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Divulgação


A Procuradoria polonesa abriu nesta quarta-feira (22) uma investigação sobre uma peça de teatro que tem uma cena de sexo oral com o papa João Paulo II (1920-2005), considerada uma "blasfêmia" pela Igreja Católica e pela imprensa conservadora.
A investigação começou com base em trechos disponíveis ao público do espetáculo "Klatwa" ("Maldição"), apresentado desde sábado (18) no Teatro Powszechny de Varsóvia, indicou o procurador Lukasz Lapczynski.
Uma figura em tamanho natural do papa, vestida com batina branca que é arrancada por uma atriz que encena o sexo oral, é exibida com uma corda no pescoço.
Nesta cena, o 'papa' segura um cartaz com a inscrição "defensor dos pedófilos".
O diretor croata Oliver Frljic, conhecidamente provocador, se inspirou em um texto do autor polonês do século XIX Stanislaw Wyspianski, que trata das relações complexas dos poloneses com a Igreja, para montar a peça.
Wyspianski menciona um drama em um pequeno povoado polonês, cujos moradores acusam uma mulher que teve dois filhos com um sacerdote de causar a seca que afeta suas colheitas, e pedem que ela seja castigada.
Muitas pessoas planejam recorrer à Justiça "por ofensa pública aos sentimentos religiosos", acrescentou o procurador.
A peça suscitou a indignação da Igreja.
"A obra de teatro tem características de blasfêmia", escreveu o porta-voz da Conferência do Episcopado polonês, Pawel Rytel-Andrianik, em um comunicado publicado na terça-feira (21). O texto cita ainda que a peça é "ofensiva" e usa a arte como desculpa para "zombar" de símbolos importantes para a maioria dos poloneses.
Outras críticas
Ao longo da semana, várias pessoas protestaram contra o teatro Powszechny, apoiado pelos setores mais conservadores da sociedade, como a Fundação em Defesa da Democracia, que afirmou nesta quarta que a peça "ultrapassa todos os limites do aceitável".
"Isto não é um teatro, é um bordel" e "Isto não é arte, é um lixo" são alguns dos lemas gritados pelos manifestantes em frente ao local.
O partido governante, o nacionalista e conservador Lei e Justiça, também criticou a peça e vários dirigentes da formação pediram abertamente que seja retirado o financiamento ao Powszechny.
Alguns integrantes do Lei e Justiça acreditam que a peça simula o assassinato do líder do partido, Jaroslaw Kaczynski.
Já Beata Kempa, chefe do gabinete da primeira-ministra da Polônia, Beata Szydlo, se juntou à polêmica ao afirmar que "se houver evidências que a obra incita ao ódio, será necessário transmitir alto e claro que isso não é permitido no país".
Paralelamente, o instituto jurídico Ordo Iuris fez um protesto perante o Conselho da Europa para denunciar que a peça representa uma incitação ao ódio.
Para o Ordo Iuris, a peça é "um ataque a valores protegidos pela Constituição polonesa, ao bom gosto e aos direitos dos católicos" e "uma interpretação razoável" da mesma "permite conectá-la a um chamado ao assassinato do líder do partido do governo".
A direção do teatro nega as acusações, principalmente a que se refere à simulação da morte de Kaczynski, e lembra que a peça explora a divisão entre Igreja e Estado e analisa a influência da religião na sociedade.

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