segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Há 50 anos, Santos conquistava bi-mundial



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Rodrigo Zub (Rádio Najuá) Imagem: Fifa

Percorrer aproximadamente 1.025 km de táxi para acompanhar o time do coração. Parece loucura, mas faz parte de mais uma história de paixão e aventura registrada no futebol. Há cinco décadas, cinco iratienses resolveram viajar até o Rio de Janeiro para acompanhar a final do Mundial Interclubes realizada entre Santos (campeão da Copa Libertadores) e Milan da Itália (campeão europeu).
Fãs de Pelé, José Alcione Cordeiro, Almir Caggiano, Bartolomeu Hecavei, Osni Araújo Martins e João Ribeiro Dallegrave saíram de Irati com destino ao Rio de Janeiro para assistir o segundo confronto da decisão do campeonato intercontinental.
Na primeira partida realizada em território italiano, o Milan fez valer o mando de jogo e venceu os santistas por 4 a 2. Convictos de que o peixe, que defendia o título mundial conquistado em 1962 contra o Benfica de Portugal, poderia vencer o rubro-negro italiano, o quinteto iratiense contratou o taxista Arlindo Neves e partiu rumo à capital fluminense no dia 13 de novembro de 1963. Os santistas partiram em uma Aerowilys 1962, quatro portas, nas cores cinza e branco, chamada na época de saia e blusa. A viagem seguiu o trajeto Relógio, Bertioga até chegar à cidade de Santos/SP. Da baixada santista, eles seguiram até São Paulo. Na mesma noite, o grupo ainda acompanhou a partida entre São Paulo e Portuguesa pelo Campeonato Paulista. O jogo foi disputado no estádio Paulo Machado de Carvalho (Pacaembu).
Santos vence Milan de virada e sem Pelé
No dia seguinte, os aventureiros iratienses novamente colocaram o pé na estrada e chegaram ao Rio de Janeiro. Antes de a bola rolar, os santistas ficaram apreensivos ao perceberem que Pelé foi vetado pelo Departamento Médico. As chances de vitória pareciam ainda mais remotas com os desfalques de Zito e Calvet, dois jogadores da Seleção Brasileira, que também ficaram fora da partida decisiva. Para ainda sonhar com o bicampeonato, o Santos precisava de uma vitória por qualquer placar na partida de volta para forçar um terceiro jogo, do contrário o troféu seguiria para Milão.
Lotado, o estádio Mario Filho (Maracanã) recebeu mais de 120 mil pessoas na noite de 14 de novembro.  Os torcedores santistas que ainda lamentavam a ausência de Pelé sofreram mais um duro golpe. Logo no início da partida, Mazzola- brasileiro naturalizado italiano- colocou água no chope dos brasileiros e abriu o placar para os visitantes. O time rubro-negro ampliou a vantagem aos 17 minutos do 1º tempo. Bruno Mora fez o segundo gol italiano, e o marcador permaneceu inalterado até o intervalo. No segundo tempo, os comandados de Lula conseguiram uma improvável virada em apenas 23 minutos. Pepe duas vezes, Almir Pernambuquinho e Lima selaram o triunfo santista por 4 a 2.
Grupo decide assistir partida extra
A vitória até certo ponto inesperada fez com que os iratienses prolongassem a viagem. Ninguém queria perder o jogo desempate marcado para o sábado, 16, também no Maracanã. “Depois do jogo, nossos aventureiros foram à procura de um hotel. Foi necessário andar um bocado, pois os paulistas haviam invadido o Rio. Até o Copacabana Palace foi visitado, porém, estava lotado. Depois de muita busca, foi encontrado um hotel, que o nome foi esquecido”, comenta José Alcione Cordeiro. No dia anterior ao confronto, o grupo iratiense aproveitou para conhecer as maravilhas do Rio de Janeiro, visitando o Pão de Açúcar, Corcovado e Copacabana. Depois de passear, o grupo seguiu até o Maracanã assistir o jogo entre Vasco e Flamengo, válido pelo Campeonato Carioca. Segundo Cordeiro, o clássico não teve mais que 10 mil torcedores. “O Maracanã estava praticamente vazio”, relata.
Santos conquista bi-mundial
16 de novembro de 1963. A data jamais será esquecida pelo torcedor santista. Mesmo sem o Rei do Futebol, o Santos ergueu a taça de bicampeão mundial. O heroi do alvinegro praiano foi o lateral esquerdo Dalmo. Aos 31 minutos do primeiro tempo, Almir Pernambuquinho, que só jogava por conta da ausência de Pepe, driblou Maldini e sofreu pênalti. Como Pelé, o batedor oficial, não estava em campo, Dalmo se apresentou para a cobrança e chutou com segurança no canto inferior. O Santos venceu o Milan por 1 a 0 e foi bicampeão, provando que se enganavam os que diziam que o time da Vila não ergueria a taça sem Pelé. “Depois de muitas comemorações o pessoal colocou o pé na estrada e retornou a Irati, com o orgulho de ter presenciado a maior façanha do poderoso Santos, que não pôde contar com Pelé”, relembra Cordeiro.

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