quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Após 21 anos, alunos de São Paulo terão lição de casa, nota e boletim



By: INTERVALO DA NOTICIAS

O prefeito Fernando Haddad (PT) e o secretário de Educação César Callegari (PSB) apresentaram, na manhã desta quinta-feira (15), um novo programa para a rede municipal de ensino. Chamado "Mais Educação São Paulo", o pacote de iniciativas faz clara referência ao programa de ensino integral do governo federal criado por Haddad enquanto ministro.
As escolas públicas municipais terão um novo regimento geral que mudará a rotina dos estudantes e professores: provas a cada dois meses (bimestrais), lição de casa, notas de 0 a 10 e boletim que poderá ser consultado pelos pais na internet.

"[O programa] procura resgatar ideias boas e velhas e [acrescentar] ideias boas e novas", afirmou o prefeito Fernando Haddad. "[É uma] combinação virtuosa, com resgate de uma escola que passou por um suposto processo de modernização."
Segundo diagnóstico da Prefeitura, apenas 34% dos alunos apresentam conhecimento adequado ou avançado em português e 27% em matemática. Na 8ª série, 23% estão com nível adequado e avançado em português e 10% apresentam esse resultado em matemática.
As mudanças passam a valer a partir de 2014 e o texto está sob consulta pública (com recebimento de sugestões de mudança) até o dia 15 de setembro.
Há 21 anos, o município havia implantado a chamada progressão continuada, uma concepção em que não há reprovação todos os anos e existem ciclos -- a ideia é que os alunos têm diferentes ritmos e tempos para a aprendizagem.
Ideias "velhas" A retenção (reprovação) dos alunos poderá acontecer em cinco momentos -- atualmente, ela só é possível ao final do 5º ano (antiga 4ª série) e ao final do 9º ano (antiga 8ª série). Com as mudanças propostas, um estudante da rede municipal pode ser reprovado ao final dos 3º, 6º, 7º, 8º e 9º anos.
"Em dois ciclos, havia pouca possibilidade de retenção. [E isso] para mim é ruim porque o aluno perde a referência, o aluno acaba não conseguindo acompanhar seu desenvolvimento no tempo", afirmou Haddad.
Os alunos também passarão a ser avaliados com notas de 0 a 10 em vez de receberem conceitos como "suficiente" e "insuficiente" -- a média para ser aprovado deve ficar em 5, segundo Callegari.
"Boletim, prova e lição de casa são a melhor estratégia para envolver a família", disse Haddad. "São elementos centrais que se perderam [com o tempo]".

Ideias "novas"

Junto ao retorno de práticas consideradas tradicionais, o governo municipal propõe algumas novidades. As medidas que vão interferir mais diretamente na rotina dos estudantes são a mudança da composição e caráter dos ciclos e a permanência da figura do professor de sala no 6º ano (antiga 5ª série quando os estudantes passam a ter diversos professores em vez de um único responsável pela turma).
A divisão dos anos de escola ficará assim:
  1. Ciclo da alfabetização: vai do 1º ao 3º ano (do antigo pré à antiga 2ª série) e tem como objetivo a alfabetização dos estudantes
  2. Ciclo interdisciplinar: será composto dos 4º, 5º e 6º anos e, como o nome sugere, terá ênfase na abordagem interdisciplinar dos conteúdos (ou seja, um mesmo tema será estudado nas diversas matérias) em projetos. Há previsão de docentes para o desenvolvimento dos projetos
  3. Ciclo autoral: reunirá os anos entre o 7º e o 9º e a intenção é que o estudante esteja preparado para articular os conhecimentos adquiridos de maneira individualizada. Ao final do 9º ano, será elaborado um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), um tipo de produção que é mais usual no ensino superior
Ao manter apenas um professor para as aulas de por português e matemática no 6º ano (antiga 5ª série), a intenção é "fazer uma transição mais suave" entre o os anos iniciais e finais do ensino fundamental. As avaliações nacionais mostram queda no desempenho dos alunos no fundamental 2 -- fase considerada de difícil adaptação para o aluno que deixa de ter um professor de classe e poucas matérias para uma rotina com diversos docentes e disciplinas novas como biologia e história.
A adesão mais ampla ao programa federal de educação integral (Mais Educação) e a implantação de uma rede de formação de professores com cursos semi-presenciais (por meio de um outro programa federal, a UAB - Universidade Aberta do Brasil) são outras "ideias boas e novas" na concepção do "Mais Educação São Paulo".

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