quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Turismo de Prudentópolis é destaque na Gazeta do Povo



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Anna Paula Franco (Gazeta do Povo) Imagem: Anna Paula Franco (Gazeta do Povo)


O território de 2.308 km2 de Prudentópolis, a 203 km de Curitiba, é um retrato de uma Ucrânia antiga. Visitar o município de quase 50 mil habitantes é uma forma de viajar no tempo e conhecer tradições e costumes dos colonizadores que chegaram por ali há mais de cem anos. Até os ucranianos se surpreendem com a riqueza do folclore e costumes que a população mantém até hoje e vêm à cidade aprender a dançar, pintar e bordar como faziam seus ancestrais. A força do núcleo religioso que colonizou a região foi determinante para construir a história de Prudentópolis. Foi a Igreja que manteve os pioneiros unidos e protegidos, organizando os grupos que até hoje estimulam o uso do idioma, o artesanato típico – bordados e pêssankas –, a culinária e a dança ucraniana, para citar as expressões culturais mais relevantes. Em todo o município, são 34 templos católicos do rito bizantino. O principal é o de São Josefat, padroeiro da cidade. A matriz está instalada em um amplo terreno, de jardim impecável. No interior, painéis de madeira com passagens bíblicas separam o Santuário da nave dos fiéis. Seguindo a tradição, o padre celebra a missa de costas para os presentes, em ucraniano.
VÍDEO: A descida de tirolesa é o começo da aventura em Prudentópolis
Perto da igreja principal fica o Museu do Milênio. O acervo conta a história da imigração ucraniana, com uma coleção rica de artefatos usados pelos colonizadores, peças de bordado e artesanato, mobiliário de antigas fazendas e ícones religiosos. A cooperativa das bordadeiras fica no mesmo prédio, em frente à lojinha do museu. Perto dali, a loja de suvenires Machula oferece uma infinidade de objetos artesanais tipicamente ucranianos. Não faltam as pêssankas, ovos pintados à mão com bico de pena, cera de abelha e anilina, em uma técnica milenar de artesanato mantida pelos prudentopolitanos. Todos os pontos estão no roteiro turístico local obrigatório, assim como o belo patrimônio natural, formado por cachoeiras gigantes, propriedades rurais e faxinais.
O terceiro maior município do estado tem 70% da sua população na área rural. É nos distritos e nas propriedades de agricultura familiar onde está concentrada boa parte dos atrativos turísticos de Prudentópolis. O relevo acidentado, que inviabiliza lavouras mecanizadas, deu à cidade um conjunto de 52 cachoeiras catalogadas até agora. Apenas seis têm alguma estrutura de visitação, como trilhas abertas nas matas e sinalização. Ainda assim, o guia é indispensável. É ele quem vai orientar o visitante sobre o nível de dificuldade de acesso e retorno de cada salto, além de rechear o passeio com boas histórias sobre a colonização e as principais características da região. Circular pelas estradas de chão é uma oportunidade de revisitar o passado. Fácil ver casinhas muito coloridas, onde os moradores falam ucraniano e mantêm rituais dos colonizadores, como nos faxinais. Nessas áreas, os animais são criados em conjunto, soltos na propriedade coletiva. No fim do dia, cada um volta para o seu abrigo. O plantio e a colheita de produtos de subsistência também são comunitários.
Aventuras na mata e nas cachoeiras
Passear na zona rural de Pru­dentópolis pode ser uma atividade carregada de adrenalina (e algum esforço físico). As cachoeiras despencam em vales profundos e dá para chegar na cabeceira ou no fosso de muitas delas. No sítio do Seu Juca, a trilha leva à cabeceira do Salto São Sebastião, de onde a água cai por 126 metros. Até a propriedade, o turista vai de jipe ou de bicicleta, ambos os passeios oferecidos pelo Parque de Aventuras Ninho do Corvo. O Ninho concentra atividades de aventura dentro e fora da área de 10,55 hectares da propriedade, onde seis quedas e cachoeiras compõem um circuito de tirar o fôlego. O visitante pode optar por circular nas trilhas locais ou praticar esportes radicais em segurança, com equipe de monitores e acompanhamento. Diante das possibilidades, voar de tirolesa por 15 segundos sobre um vale de 150 metros é fichinha, permitido até para crianças a partir de 9 anos. Em seguida, um rapel guiado faz o visitante pairar a 70 metros de altura sobre o cânion do Rio Barra Bonita. A descida deve ser feita devagar, para dar tempo de apreciar – e fotografar – os detalhes impressionantes da mata e das rochas negras recortadas. Reestabelecido o fôlego, hora de partir para a corvolesa, uma tirolesa que corta quedas de água no meio do cânion, até acabar num mergulho no rio. O banho é inevitável. Roupas confortáveis, de tecidos leves; e tênis são essenciais para deixar a caminhada do retorno, morro acima, mais confortável.
No sossego
Se o pique para curtir o cam­­po não inclui emoções radicais, a dica é aproveitar o cenário e as atividades de um hotel fazenda. O Ózera, com 20 apartamentos em chalés, tem pedalinho, caiaques, cavalgada, piscina, pescaria, jogos e passeios na região (esses, pagos à parte da diária). A hospedagem pode incluir apenas o café da manhã ou com pensão completa. No cardápio do restaurante, a comida só poderia ser ucraniana, à base de batata, repolho, carneiro e sabores agridoces. Os hóspedes também podem aproveitar a programação de danças típicas do grupo Vesselka, com 53 anos de tradição. Premiado em festivais nacionais e internacionais, o grupo mantém bailarinos a partir de 5 anos. “É uma das formas de garantir a continuidade de nossos costumes. A dança resume nossa história e nossa cultura”, diz o secretário municipal de turismo, Luiz Xavier.


Serviço
Museu do Milênio
Rua Cândido de Abreu, s/n. Segunda a sexta, das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30. Sábados e domingos, visitas sob agendamento pelos fones (42) 3346-1383 ou 3446-3327.
Igreja de São Josefat
Rua Cândido de Abreu, 1636. Missas de segunda a sábado, às 5h50 e 19 horas. Aos domingos, 6h20, 8h, 10h e 19 horas. Informações no site www.paroquiasaojosafat.com.br ou pelo fone (42) 3446-1140.
Machula Presentes
São Josafat, 535. Informações no site www.machula.com.br ou no fone (42) 3446-2133.
Cooptur
Cooperativa Paranaense de Turismo. Vende pacotes de passeios de 80 empresas de turismo cooperadas, inclusive em Prudentópolis. Pacotes com hospedagem e passeio de um dia, com visita guiada e jantar típico, a partir de R$ 132 por pessoa. Informações no site www.cooptur.coop.br 

Como chegar
Prudentópolis fica a 203 km de Curitiba, pela BR-277, passando por Palmeira e Irati. Pela Rodovia do Café, o motorista percorre 213 km, passa por Ponta Grossa e segue pela BR-373, em direção a Imbituva.
Onde ficar
• Ózera Hotel Fazenda: Vinte apartamentos, com acomodação para até cinco pessoas no mesmo chalé. Diárias a partir R$ 446 para o casal, no sistema all inclusive. BR-373, km 260. Informações pelo fone (42) 3446-5316 ou no site www.ozera.com.br
• Elite Palace Hotel: Diárias a partir de R$ 67, em quarto individual, com café da manhã. Rua Marechal Deodoro, 1.530. Informações no fone (42) 3446-4838 ou no site www.elitehotel.com.br
• Ninho do Corvo: Acomodações para quatro pessoas (sendo um quarto de casal), com café da manhã e jantar, sob reserva. A partir de R$ 245 por pessoa pela primeira noite. Área de camping com espaço para oito barracas, por R$ 15 por pessoa. Estrada Federal s/n Localidade Linha Paraná. Informações no fone (42) 9131-8694 ou no site www.ninhodocorvo.com.br
Onde comer
• Chalé Costenaro: Queijos, embutidos, lanches, refeições e bebidas. Rodovia BR-373, km 261. Informações pelo fone 42-3446-3500.

Descendentes
70% da população de Prudentópolis são de descendentes de ucranianos. As primeiras 1.500 famílias chegaram em 1896, oriundas da Galícia, região autônoma que já pertenceu ao Império Austro-Húngaro, onde hoje está localizada a Ucrânia, no mapa político-geográfico redesenhado após o fim da Primeira Guerra. O nome do município, formado em 1906, é uma homenagem ao presidente Prudente de Morais.
Festa do Feijão
Prudentópolis é o maior produtor de feijão preto do Brasil. Nove mil famílias de pequenos produtores rurais são responsáveis pela proeza. Os recordes de colheita são comemorados com a Festa Nacional do Feijão Preto, realizada na primeira quinzena de agosto, mês do aniversário da cidade. O destaque é a maior feijoada do país, feita com uma panela de ferro gigante, de 12 toneladas, vinda de Joinville, com 800 kg de ingredientes, 500 kg de feijão e mil litros de água.
    

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