quinta-feira, 2 de junho de 2011

Tratamento com células-tronco


Um homem que ficou paraplégico depois de um acidente há nove anos sonha em tomar banho de mar sozinho e jogar bola de novo. Há um mês e meio, ele recebeu transplante de células-tronco e, com duas sessões de fisioterapia por dia, já surpreende os médicos.
Ele já consegue mover os joelhos para cima, uma façanha para quem tem a musculatura atrofiada pela falta de uso. O paciente também está começando a levantar o corpo. O mais surpreendente para a equipe da fisioterapia é que ele está pedalando.
O policial militar, que pede para não ser identificado, não fazia nenhum movimento da cintura pra baixo. Ele ficou paraplégico depois de sofrer um acidente e passou os últimos nove anos em uma cadeira de rodas.
“Anteriormente eu tinha um tronco que estava vivo e umas pernas que não respondiam. E hoje eu percebo que eles estão vivas, pertencem a mim e só depende de mim para que elas acordem", diz.
O ponto de partida para esse progresso foi uma cirurgia realizada em 14 de abril, em Salvador. O paciente foi submetido a um transplante de células tronco. A pesquisa durou cinco anos e, antes de ser usada em humanos, a técnica mostrou bons resultados em animais.
Os médicos usam células-tronco mesenquimais, que tem grande capacidade de se transformar em vários tipos de tecido. Elas são retiradas do osso do quadril do próprio paciente e injetadas diretamente no local onde a coluna foi atingida.
A técnica pioneira foi desenvolvida por cientistas da Fundação Osvaldo Cruz, Fiocruz, e do Hospital São Rafael, onde fica um dos mais modernos centros de terapia celular do país.
Os pesquisadores estão espantados com a evolução rápida do paciente.
“Basicamente em uma semana ele já começou a ter resultados clínicos, uma melhora na sensibilidade, uma melhora na postura sentada e este paciente vem evoluindo", explica Marcus Vinícius Mendonça, neurocirurgião.
Os médicos acham cedo para dizer se ele e as outras dezenove pessoas com lesões na medula que também irão receber células-tronco vão voltar a andar normalmente.
“Esse paciente pode ter ainda outras melhoras e os outros podem ter melhoras maiores, ou iguais ou piores. Então, a gente tem que esperar", acredita Ricardo Ribeiro, coordenador do programa.
Por enquanto, o policial, entusiasmado com os primeiros resultados, faz planos. “Eu sempre gostei de praia, ir à praia, poder tomar um banho de mar sem que ninguém te carregue. Poder ir a um estádio, que eu sempre gostei de futebol, poder jogar um futebol, ir ao shopping, fazer o que eu sempre fazia".
Texto: JornalHoje(RedeGlobo) – Imagem: JornalHoje
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